O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, comentou, nesta sexta-feira (3), sobre a reunião que teve com o senador Marcos do Val (Podemos-CE), em dezembro do ano passado.
O parlamentar procurou o presidente da Corte para falar sobre um encontro que contou com a participação do o ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) e o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL).
-
Flávio Bolsonaro diz que conversa sobre golpe denunciada por Marcos do Val 'não configura crime' -
'Na próxima, eu vou chegar no Lula', diz Marcos do Val sobre denúncia de golpe -
Marcos do Val liga Bolsonaro a plano para atingir Moraes e barrar posse de Lula -
Para o PL, relato de Marcos Do Val sobre suposto grampo em Moraes tem cheiro de vingança
Na ocasião, foi sugerido que o senador do Podemos se reunisse com Moraes, com objetivo de gravar alguma declaração para constrangê-lo posteriormente e retirar o ministro da presidência dos inquéritos que investigam condutas de bolsonaristas e do próprio Bolsonaro.
Após ouvir Marcos do Val, o presidente do STF perguntou se ele poderia reafirmar suas declarações em depoimento, mas o parlamentar se recusou alegando que essa seria uma "questão de inteligência" e que por isso não poderia confirmar.
"O que ele me disse foi que o deputado Daniel Silveira o teria procurado e ele teria realmente participado de uma reunião com o ex-presidente da República. A 'ideia genial' que tiveram, foi de colocar escuta no senador para que ele, que não tem nenhuma intimidade comigo e conversei três vezes na vida, pudesse me gravar", explicou Moraes.
"Eu indaguei ao senador se ele reafirmaria isso e colocaria no papel, que eu tomaria imediatamente o depoimento dele. O senador me disse que isso era uma questão de inteligência e que, infelizmente, não poderia confirmar. Então eu levantei, despedi do senador, agradeci a presença, até porque o que não é oficial pra mim não existe", declarou.
Alexandre de Moraes classificou a ação como "operação tabajara", afirmando o "quão ridículo" teria chegado a tentativa de golpe no país.