ELEIÇÕES 2024: Nome cotado para disputa no Recife, Miguel Coelho diz estar atento aos problemas da cidade e não acredita em neutralidade de Raquel Lyra nas eleições municipais

O ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, também afirmou que o racha do União Brasil deverá ser resolvido "seja pelo diálogo e pela democracia, seja judicialmente"
Mirella Araújo
Publicado em 20/04/2023 às 16:55
O ex-prefeito de Petrolina e candidato a governador nas eleições de 2022, Miguel Coelho participou do Debate da Rádio Jornal, nesta quinta-feira (20) Foto: União Brasil


O ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (UB), disse estar atento aos problemas enfrentados em Pernambuco e, consequentemente, no Recife. Segundo o ex-prefeito, que foi candidato a governador nas eleições de 2022, a capital pernambucana “é uma das mais pobres de todo o país”.

"A eleição de governador de 2022 me conectou mais com o Recife. Eu andei por esses morros todos da região metropolitana e eu pude ver, não só o Recife da beira-mar, mas o Recife da periferia que falta água, saneamento, creche, posto de saúde, que a pessoa leva três ou quatro horas por dia para chegar e voltar do seu trabalho, de um metrô quebrado, dos morros controlados por milícias ou traficantes e essa é uma realidade, infelizmente”, disse o ex-prefeito.

O nome de Miguel Coelho tem sido ventilado como uma opção para as eleições municipais de 2024 na capital. No entanto, o ex-prefeito explica que o União Brasil deverá discutir os nomes colocados para o pleito no tempo certo. Hoje, a sigla vive um racha interno na disputa pelo comando de seus diretórios.

Miguel Coelho integra o mesmo grupo político do deputado federal Mendonça Filho, eleito presidente do Diretório do União Brasil do Recife. Do outro lado está o deputado federal e presidente nacional do partido, Luciano Bivar.

Em entrevista ao programa Debate, da Rádio Jornal, desta quinta-feira (20), Miguel Coelho classificou a situação do UB como uma “divergência natural" já que a sigla foi fruto da fusão de dois grandes partidos, o DEM e do PSL, que possuem posicionamentos fortes.

“O União Brasil é um partido plural e grande, então ele tem uma responsabilidade não só a nível nacional, mas a nível estadual. Como é de público há uma divergência interna, do qual entendemos que vai ser resolvida. Seja na esfera do diálogo e da democracia, respeitando o estatuto do partido, seja na esfera judicial”, declarou.

A chapa da qual Miguel Coelho e Mendonça Filho fazem parte, Pernambuco do Bem, afirma que “as irregularidades na criação de dezenas de diretórios municipais do União Brasil Pernambuco foi reconhecida pela Justiça, que suspendeu as atividades dos diretórios irregulares, o que tornou sem efeito o resultado da última convenção estadual”.

Já a chapa que apoia Luciano Bivar, acusa Mendonça Filho de tentar vencer o comando do diretório estadual no “tapetão”, afirmando ainda que o deputado federal deveria “trabalhar em prol do partido e não o contrário”.

APOIO POLÍTICO

Durante o programa Debate da Rádio Jornal, Miguel Coelho foi questionado sobre qual a sua avaliação do governo Raquel Lyra (PSDB), a quem declarou apoio antes mesmo da divulgação final do resultado das urnas no primeiro turno das eleições.

Dos candidatos que declararam apoio a tucana na disputa pelo Governo de Pernambuco, até agora só o ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PL), teve indicações contempladas em cargos no Executivo estadual.

Com relação aos partidos em si, o União Brasil conseguiu emplacar o nome de Delmiro Gouveia, para dirigir o Porto do Recife, mas sua indicação foi feita por intermédio de Luciano Bivar. No início da montagem do secretariado, havia uma expectativa de que Miguel Coelho viesse a assumir a pasta de Desenvolvimento Econômico.

“Acho que tem que dar tempo ao tempo também. Acho que ela fez as escolhas de quem ela quer ao seu lado e não cabe ninguém a julgar. Eu não quero diminuir o sucesso ou o fracasso do governo dela pelas escolhas políticas que ela faz, acho que a população vai julgar muito mais ela pelos resultados positivos que conseguir”, declarou Coelho.

O ex-prefeito declarou ainda que Raquel Lyra não lhe deve nada e que vai continuar apoiando o Governo de Pernambuco, mas fez uma observação crítica sobre o seu partido.

“Ninguém consegue estar com os dois pés em dois barcos. O União Brasil, que está representado pelo deputado federal Luciano Bivar, tem pessoas que estão na Prefeitura do Recife, e pessoas que estão do Governo do Estado. É um movimento que vai ficar curto o coberto de algum lado, então cabe a ele justificar”, disparou.

Ainda sobre as eleições de 2024, Miguel Coelho afirmou concordar com o fato de que a governadora Raquel Lyra não poderá ficar isenta de um posicionamento no pleito municipal, já que seu principal adversário político, o prefeito João Campos, é candidato à reeleição.

Miguel pontua que construir uma frente representativa passa por discussões com o União Brasil, PP, MDB, entre outros partidos, mas que o recifense já teria demonstrado nas eleições de 2022 que quer mudança na capital e um quadro com bagagem política.

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