Quatro das dez atividades econômicas registraram contratações no trimestre encerrado em maio, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados nesta sexta-feira, 30, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na passagem do trimestre terminado em fevereiro para o trimestre encerrado em maio, houve geração de vagas na indústria (182 mil), alojamento e alimentação (76 mil), informação, comunicação e atividades financeiras, profissionais e administrativas (164 mil) e administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (429 mil).
As demissões ocorreram em transporte e armazenagem (-69 mil), construção (-59 mil), outros serviços (-39 mil), comércio (-192 mil), serviços domésticos (-63 mil) e agricultura (-158 mil).
Em relação ao patamar de um ano antes, as únicas atividades com perdas foram a agricultura, que demitiu 542 mil trabalhadores, a construção, que dispensou 274 mil pessoas, e os serviços domésticos, menos 73 mil trabalhadores.
Os demais setores contrataram: administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (764 mil trabalhadores a mais), comércio (131 mil), alojamento e alimentação (65 mil), indústria (81 mil), informação, comunicação e atividades financeiras (440 mil), transporte (216 mil) e outros serviços (92 mil).
A massa de salários em circulação na economia aumentou em R$ 20,600 bilhões no período de um ano, para R$ 280,914 bilhões, uma alta de 7,9% no trimestre encerrado em maio de 2023 ante o trimestre terminado em maio de 2022. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na comparação com o trimestre terminado em fevereiro, a massa de renda real ficou estável (0,0%) no trimestre terminado em maio, com apenas R$ 122 milhões a mais.
O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve uma redução real de 0,2% na comparação com o trimestre até fevereiro, R$ 7 a menos, para R$ 2.901. Em relação ao trimestre encerrado em maio de 2022, a renda média real de todos os trabalhadores ocupados subiu 6,6%, R$ 179 a mais.
A renda nominal, ou seja, antes que seja descontada a inflação no período, cresceu 1,7% no trimestre terminado em maio ante o trimestre encerrado em fevereiro. Já na comparação com o trimestre terminado em maio de 2022, houve elevação de 11,0% na renda média nominal.
Segundo Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, a inflação ainda impacta a renda do trabalho, mas corrói bem menos o poder de compra do salário hoje do que corroía em 2021 e 2022.
"O cenário de inflação hoje é bem diferente do que era há um ano", disse Adriana Beringuy. "O patamar dela (inflação), o quanto ela corroía do rendimento nominal, hoje é bem menos do que corroía em 2021 e 2022."