O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, concedeu entrevista ao programa SBT News, nesta quinta-feira (6), e falou sobre os seis primeiros meses à frente do País. Uma das prioridades do seu governo, a economia tem recebido uma atenção especial do atual governo e, para Lula, o Brasil está voltando a proporcionar uma melhor qualidade de vida para o povo brasileiro.
Além disso, Lula tem buscado dialogar com os governadores dos 26 estados e o Distrito Federal para que possa saber as necessidades mais urgentes de cada um deles. "Nos encontramos com todos eles em janeiro e pedimos para que eles nos apresentassem projetos de obras de infraestrutura na área de saúde, educação, rodovia, ferrovia... Aquilo que entendiam que seriam prioridades para seus estados. Isso foi necessário para construirmos o Programa de Aceleração de Crescimento (PAC). Através disso buscar firmar PPP, atrair investimento externo e direto para o Brasil, e discutir tanto o dinheiro do orçamento, quanto o financiamento via bancos públicos", contou o presidente da República.
Sobre o PAC, Lula afirmou que espera apresentá-lo ainda nesse mês de julho. "Ainda na transição, no ano passado, com Geraldo Alckmin, descobrimos que o Brasil tinha 14 mil obras paradas; dentre essas obras, 4 mil de escolas; dessas 4 mil, 1.700 creches. Então, estamos nesse processo de retomar todas as obras paradas e que estão em condições de serem retomadas. O PAC já está pronto e pretendemos lançar na segunda quinzena desse mês. E, junto com o PAC, vamos lançar o Minha Casa, Minha Vida 2, que serão entregues mais de 2 milhões de casas novas ao povo trabalhador, além de mais 186 obras que estavam paradas e vamos voltar a construir", indicou.
Luiz Inácio Lula da Silva também afirmou que o Brasil vai investir em energia limpa. "Esse PAC será muito importante porque, com ele, vamos colocar a transição energética. Queremos fazer um grande investimento em energia eólica, biomassa, solar e hidrogênio verde. Estamos construindo parceria com vários países do mundo para desenvolvermos e produzirmos hidrogênio verde", garantiu o presidente.
Sobre a reforma tributária, Lula tem consciência que não será exatamente como o seu governo gostaria. "Certamente não é um texto perfeito que quer o Haddad, e, certamente, não é um texto que quer a Câmara. É um texto que vai ser possível construir porque uma reforma tributária envolve milhões de interesses e você tem de ter habilidade para conversar e discutir um texto que possa dar ao Brasil, da mesma forma que possa diminuir a carga tributária, a gente consiga fazer uma carga tributária tão séria que diminua a sonegação. Isso significa que mesmo a pessoa pagando menos, mas muito mais gente pagando, o Estado vai arrecadar mais. É com essa ideia fixa que trabalhamos", falou.
Responsável por ficar à frente dessa negociação, Fernando Haddad foi bastante elogiado pelo presidente da República. "Ele está jogando de forma extraordinária, tendo paciência, conversando com as pessoas e fazendo as negociações que têm de ser feitas. Haddad está fazendo um trabalho extraordinário", frisou Lula.
Outro programa que está na agenda do governo, o Desenrola Brasil também está em vias de ser lançado e, de acordo com o presidente da República, vai atingir num primeiro momento a renegociação de créditos de devedores que possuam dívidas menores. "Temos 72 milhões de brasileiros devendo e não são dívidas grandes. São dívidas pequenas que, muitas vezes, negativaram para comprar alimento no cartão de crédito ou pessoas que devem a conta de luz, de água. Então estamos tentando encontrar a melhor fórmula possível para legalizar de vez a vida dessas pessoas para que possam voltar a ser cidadãos de primeira categoria", destacou Luiz Inácio Lula da Silva.
"Em um primeiro momento vamos pegar as pessoas com dívidas pequenas, de R$ 2 mil, R$3 mil. Pessoas que gastou R$ 2 mil, mas aí entrou os juros e foi para R$ 5 mil. Essa pessoa não pode pagar e não vai pagar se a gente não ajudar. Entao, nós estamos criando um fundo garantidor para ser avalista dessas pessoas e cumprir isso. Estamos próximos de apresentar o Desenrola Brasil, só estamos aguardando o aplicativo que vai permitir o funcionamento do programa", explicou o presidente.
Sobre a situação de seu adversário na última eleição, Lula garantiu que não se preocupa com a inelegibilidade de Bolsonaro. "Eu não discuto decisão do judiciário. O ex-presidente vai ter muitos processos e ele sabe que vai ter. Ele provocou muitos processos. Esse País, desde Proclamação da República, nunca teve alguém tão insano exercendo um cargo de presidente do Brasil. Alguém de muita irresponsabilidade. Então, os processos vão aparecendo agora", disse Lula. "Problema do ex-presidente com a justiça o problema é dele... Ele que contrate seus advogados. Minha preocupação não é com os processos do Bolsonaro, minha preocupação é com os compromissos com o povo brasileiro, que prometi durante a campanha e quero cumprir cada um deles", concluiu.