O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Marcelo Navarro Ribeiro Dantas, recebeu o título de Cidadão Pernambucano na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). A solenidade aconteceu nesta quinta-feira (31), às 11h, no auditório Sérgio Guerra. A concessão do título honorífico ao magistrado foi de autoria do deputado estadual Antonio Coelho (UB).
A concorrida cerimônia contou com a presença de vários deputados e de muitas pessoas do mundo jurídico, incluindo desembargadores estaduais e federais, procuradores, juristas e advogados. Nascido em Natal, no Rio Grande do Norte, Navarro tem uma longa história com Pernambuco. Entre 2003 e 2015 foi desembargador do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF 5ª).
Na área acadêmica, Navarro foi professor da ESMAFE - Escola de Magistratura Federal da 5ª Região e da Faculdade de Direito do Recife, onde seu pai Múcio Ribeiro Dantas, estudou quando decidiu migrar do Rio Grande do Norte para o Recife, perseguindo o sonho de se tornar advogado.
O deputrado Antonio Coelho, que propôs a concesão do túitulo de cidadão, lembrou a trajetória de Navarro no Judiciário. "Com ampla vivência na Justiça, nos diversos cargos funções exercidas, o ministro Ribeiro Dantas vem dando uma importante contribuição ao debate em torno da modernização do sistema jurídico brasileiro. O Judiciário demanda e necessita de estabilidade. É uma conduta necessária para a formação da igualdade e da segurança jurídica, fornecendo consistência e previsibilidade na sua aplicação", defende.
DISCURSO EMOCIONADO
No discurso, o ministro demonstrou seu afeto pelo Estado e não conteve a emoção. Só quem é pernambucano, mesmo que não tenha nascido na terra dos altos coqueiros, é capaz de falar com tanta propriedade sobre Pernambuco. Navarro também 'confessou' que aproveitou a escrita do discurso para fazer uma memória sentimental de seu pai. Ele disse que seu Múcio Vilar foi quem primeiro lhe ensinou a ser pernambucano e a amar o Estado.
Marcelo Navarro foi tecendo seu discurso citando as tradições pernambucanas, sua história, seus poetas, sua música, sua arte, sua gastronomia. "Só o nome já é fascinante. São 10 letras diferentes coloridas, dívidas como sua história, sua cultura, sua música, sua cozinha, seu corpo", disse.
O ministro também destacoua proximidade entre a sua terra-natal e a dos seus novos conterrâneos. "A Natal em que eu nasci, em 1963, era muito pernambucana. Nos carnavais, tocavam-se tantos frevo de Nelson Ferreira e Capiba. Comia-se bolo de rolo e cartola. O Rio Grande do Norte, não tinha televisão própria na capital potiguar e as TVs repetiam canais recifenses como o Jornal do Commercio, canal 2", recorda.
Parodiando o poeta Ascenso Ferreira, que escreveu "Vou danado para Catende", o ministro brincou que veio danado para Recife com vontade de chegar. Chegou e passou 12 anos. "Tenho a consciência de que eu não seria o que sou se não fosse pela minha vida pernambucana, minha vida transformada por Pernambuco com a planta enxertada", disse.
AGRADECIMENTO
Em seu agradecimento ao deputado Antonio Coelho pela homenagem, o ministro diz que se sente pernambucano. "Recebo a cidadania de Pernambuco com muita honra e desmedida satisfação, além de uma pontinha de desconfiança de que talvez ela estejame sendo dada mais pela generosidade dos pernambucanos, que me fazem ser irmão, do que por algum investimento que porventura pudesse ter. Nesse ponto, eu sou obrigado a confessar que se por alguma coisa eu mereço ser pernambucano, é só porque aqui eu me sinto como se eu estivesse em casa e fora daqui eu sinto sempre uma saudade", revelou.