Prisão

Filhos de prefeito preso em Pernambuco estariam envolvidos em esquema, diz PF

Durante as investigações foram identificados uma série pessoas vinculadas ao gestor, inclusive, dois filhos

Cadastrado por

Tainá Alves

Publicado em 05/09/2023 às 17:01 | Atualizado em 05/09/2023 às 19:44
PF deflagra segunda fase da Operação Diluvio - Divulgação/PF

Na manhã desta terça-feira (5) o prefeito do município de Água Preta, Noé Magalhães (PSB), foi detido pela pela Polícia Federal (PF) em um apartamento em Boa Viagem na Zona Sul do Recife. A prisão ocorreu durante a execução da segunda fase da Operação Diluvio. A ação busca identificar a organização criminosa especializada em crimes de corrupção, desvio de recursos públicos, fraudes em licitações, lavagem de dinheiro, agiotagem em um município da Mata Sul do Estado de Pernambuco.


Desde a primeira fase em maio desse ano, o gestor municipal era alvo de investigações. Na etapa anterior foram cumpridos 27 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados. Os locais eram nos nos municípios de Água Preta, Cabo de Santo Agostinho, Catende, Gravatá, Jaboatão dos Guararapes, Palmares, Paulista, Recife e Tamandaré.


De acordo com delegado da Policia Federal, Márcio Tenório, a ação de hoje iniciou em 2022 e a segunda fase foi deflagrada a partir da analise da anterior. "A prisão do primeiro investigado decorre de atos a partir da deflagração da primeira fase em maio desse ano e dizem respeito tentativas de obstrução da justiça comprovadas após o dia 23 de maio", destacou o delegado.


Tenório destacou que foi possível identificar em maio indícios do envolvimento de outras pessoas no esquema como também a identificação de novas contas bancárias utilizadas pelos investigados. "Além disso, foram identificados a partir da análise dos documentos uma série pessoas vinculadas ao gestor, inclusive, dois filhos maiores de idade. Eles eram utilizados para esconder ou dificultar a localização do patrimônio", pontuou o delegado.


Participaram da operação 40 policiais federais, servidores da Receita Federal e da Controladoria-Geral da União. No total foram sete mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva, na região metropolitana de Recife (RMR) e no município de Palmares na Zona da Mata Sul do Estado. As penas máximas para os crimes investigados de acordo com a nota da PF são de 40 anos de reclusão.

No final desta tarde a PF divulgou que Noé Magalhães passou por audiência de custódia que determinou permanência do prefeito no Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima na RMR. 

1ª Fase

Na primeira fase foram realizadas busca e apreensão na sede da prefeitura da Água Preta , em imóveis do prefeito Noé Magalhães, no escritório dele em Palmares e em um posto de combustível. As investigações apontaram que o prefeito teria contratado urgentemente uma empresa para prestar serviço de manutenção preventiva dos veículos da prefeitura. O fato da organização ser situada a mais de 110 km de Água Preta chamou atenção durante a apuração da PF.


De acordo com a polícia existem indícios de relações pessoais entre o prefeito e o proprietário dessa empresa.


O delegado também revelou que nessa fase ocorreu uma certa tentativa de "queima de arquivo". "Na primeira fase identificamos uma servidora da prefeitura que por determinação do investigado foi à um endereço dele, endereço comercial no Recife e retirou os documentos e equipamentos que existiam no local para esconder da polícia. Ela atuava como secretária particular do gestor, mas era servidora do município", finalizou.

 

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