A implantação da Nova Escola de Formação e Graduação de Sargentos de Carreira do Exército, de nível superior, em Pernambuco, foi o tema de uma Audiência Pública na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) na manhã desta segunda-feira (6). O objetivo do primeiro encontro foi destinada a apresentação por parte do exercito e do governo de Estado e no próximo dia 27 acontece outra Audiência Pública na qual os movimentos ambientais e comunitários irão expor suas colocações.
A instituição deverá ser construída em uma área que faz parte do Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcanti (CIMINC) com uma dimensão 7 mil hectares, abrangendo os municípios seguintes municípios: Abreu e Lima, Araçoiaba, Camaragibe, São Lourenço da Mata, Igarassu, na Região Metropolitana do Recife, e Paudalho, na Mata Norte. Incluindo também a Área de Proteção Ambiental Aldeia Beberibe.
De acordo com o exército apenas 110 hectares do espaço precisará atingir a reserva florestal. Para a recuperação das partes da APA Aldeia Beberibe que serão atingias o exército sugeriu uma compensação ambiental.
O anuncio da construção no Estado ocorreu em 2022 no governo do de Jair Bolsonaro (PL). No dia 23 de março do ano passado foi implantada a pedra fundamental para a marcar o inicio das obras da Nova Escola de Formação e Graduação de Sargentos de Carreira do Exército, de nível superior, para centralizar a formação militar.
Já em março deste ano em reunião realizada com a bancada pernambucana no Congresso Nacional foi garantida a instalação da escola em Pernambuco foi garantida por representantes militares e pelo ministro da Defesa, José Mucio Monteiro. O projeto para a construção da escola requer um aporte de R$ 1,8 bilhão.
É esperado que a economia mensal na região gire em torno de R$ 211 milhões, pois cerca de 6,2 mil pessoas entre alunos, professores e demais funcionários estarão trabalhando e vivendo na área. Além disso uma geração de 11 mil empregos diretos e 17 mil indiretos são esperados durante a construção do empreendimento.
O General Joarez Alves, gerente de projetos da escola de sargentos do exercito, participou do encontro destacando a necessidade de construção da escola e as vantagens.
"O exercito vem buscando há muito tempo construir uma escola que pudesse unificar a formação dos nossos sargentos de carreira. Ela têm dois pilares, daí a importância de estarmos aqui, um é da legalidade, fazemos tudo aquilo que a legislação permite e o segundo é da transparência podemos mostrar abertamente o que é o projeto. Esse é um projeto muito caro que exige recursos volumosos e agora surgiu a oportunidade, com a manobra patrimonial de alienação de um patrimônio do exercito em Brasília, de efetivamente realizar a construção dessa nova escola. A ideia principal é a centralização da formação e ela traz uma serie de vantagens", explicou.
O general também destacou que a intuição será a pioneira no país com uniformidade de formação, estabelecendo um ambiente modelar com práticas educativas apropriadas, favorecendo a criação do "Espírito de Turma", internalizando de valores e culto às tradições, seletividade na escolha do corpo docente e valorização do quadro profissional das praças.
"O Estado de Pernambuco assumiu alguns compromissos para viabilidade do projeto, desta forma, acredito que o Exército tomou uma decisão estratégica, ao trazer a Escola para o Nordeste: Escola de excelência e referência, sendo ela uma das maiores do mundo. A ideia principal é a centralização da instituição para a formação desses sargentos, (os praças compõem 62% do Exército e 38% são oficiais). Neste intuito buscamos um local com 50km² para a instalação do Campo de Instrução e próximo a uma cidade de grande porte, como Recife. Vale salientar que o Exército protege áreas de preservação e sempre segue a legislação ambiental quando se constrói unidades. Seguimos todos os parâmetros da Lei.", afirmou o General Juarez.
A construção irá integrar o campo de instrução, a escola, o complexo militar instalado que vai contar com Batalhão de Comando e Serviço e a Vila Militar.
A secretária de meio Ambiente de Pernambuco e coordenadora do grupo de trabalhos criado pelo Estado para debater a construção da Escola, Ana Luiza Ferreira, detalhou que o Governo de Pernambuco não abre mão da conservação ambiental e nem da Escola de Sargentos. O grupo de trabalho reúne 11 secretarias estaduais, o exército, sociedade civil e universidades.
"Esse é um projeto extremamente transformador não apenas econômico, mas também para o cenário social para uma área de Pernambuco que precisa muito desse desenvolvimento. Por outro lado estamos diante de uma questão ambiental extremamente complexa, relacionado aos impactos climáticos que isso poderá trazer, nós temos consciência e formas de como resolver isso. Essas formas são inclusive a nossa solução de desenvolvimento socioeconômico. Desde que o governo soube com mais profundidade e que montou o grupo de trabalho que a decisão foi que a compensação ambiental não será tratada de uma forma obscura. O governo do Estado junto com os seus parceiros decidiu que isso será feito à luz, com muita transparência", explicou a secretária.
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Implantação da Escola de Sargentos do Exército (ESE) em Pernambuco será tema de audiência pública na Alepe -
Grupo de Trabalho que discute a implantação da Escola de Sargentos em Pernambuco realiza primeira reunião - Escola de Sargentos do Exército volta à pauta da bancada de Pernambuco no Congresso Nacional e o ministro da Defesa
O deputado federal Coronel Meira (PL) estava presente na ocasião e declarou representar toda bancada federal.
"Estou aqui representado os 25 deputados da câmara federal. Todos nós independente de partidos estamos preocupados. Na legislatura passada os 25 deputados doaram por meio de emendas parlamentares recursos para o projeto ser iniciado. A instalação desta Escola dos Sargentos do Exército é fundamental para Pernambuco, uma vez que ela vai ajudar a desenvolver as regiões de seu entorno, passando especialmente pelos municípios de Paudalho, Camaragibe, Araçoiaba e Abreu e Lima. De igual maneira, que é fundamental para a ESE (e ao mesmo tempo para atender as demais cidades da Mata Norte), tirar do papel a construção do arco metropolitano (eixo norte), que, além de levar desenvolvimento àquela região, será um grande escoador de produtos até o Porto de Suape", disse Meira.
O deputado Renato Antunes (PL), solicitante da audiência, declarou que a forma de debate em duas fases buscar chegar a um consenso entre as partes. Para ele o principal compromisso é para que Pernambuco seja referencia para o país com essa escola.
"Não nos cansaremos de trabalhar para que o que hoje está no papel se torne realidade e traga avanços para toda uma região. Mas entendemos que é fundamental mais tempo e ouvirmos quem hoje representa a sociedade cívil e tem ideias que podem fortalecer ainda mais este grande projeto. A gente traz a população para participar de um debate tão sério que visa estabelecermos caminhos para a implantação de uma Escola, que promete ser uma referência não apenas em Pernambuco, mas em todo o Brasil. O sentimento é que Pernambuco está caminhando para que este projeto vire realidade e traga melhorias para uma das áreas com o menor IDH no nosso Estado", comentou o parlamentar.
A chefe da bancada de oposição na Alepe, Dani Portela (PSOL), explicou como o dialogo é importante nesta fase e como é essencial debater sobre as questões sociais.
"Pedir ponderação ao local que será implantado a escola é tentar uma adequação ouvindo toda as partes. A pauta ambiental é importantíssima, não podemos ver um empreendimento sem falar sobre as pessoas e a geração de empregos. Na próxima audiência vamos falar sobre escolas, hospitais e geração de empregos", afirmou.
O morador de Chã de Cruz no KM 20 da PE-027 na estrada de Aldeia, Wilson Holanda, afirmou que a implantação da escola irá resultar em um desenvolvimento e modernização para a região.
"A construção desse empreendimento representa uma solução de vários problemas que enfrentamos naquela região. Quem mora em aldeia sabe que precisamos hoje da requalificação da PE-027 , pelo que eu li no projeto essa obra está inclusa. Em Chã de Cruz e em toda Aldeia, temos uma comunicação , estradas e redes de transportes de péssima qualidade e de acordo com o documento irá contemplar outras linhas de ônibus, oferendo melhor qualidade de vida para aquela comunidade. Desde o inicio com as obras haverá uma geração de empregos" , disse.