Em entrevista à Rádio Jornal, nesta segunda-feira (13), o senador Fernando Dueire (MDB) explicou como ocorreram as articulações para a inclusão da prorrogação dos incentivos fiscais para o Polo Automotivo Stellantis, em Goiana, na Mata Norte do Estado, no texto da Reforma Tributária.
No documento inicial o empreendimento não estava incluso na continuação dos aportes, pois ainda está em processo de implantação de algumas tecnologias exigidas.
A pauta foi aprovado na última quarta-feira(8) no senado e seguiu para nova apreciação na Câmara dos Deputados.
Polo Automotivo Stellantis
O parlamentar revelou que o processo para aprovação não foi fácil definindo ainda como "uma luta muito grande". Dueire chamou atenção para o processo que o polo automotivo do Estado vive.
"Existiam narrativas de todo tipo como a questão da transição energética. Indicava na verdade que os subsídio deveriam ter o destino exatamente daqueles que estavam apostando no intervalo de resultado mais rápido na questão da transição energética e isso pesa no momento em que o mundo inteiro trata dessa questão da descarbonização. A nossa indústria automotiva tem um calendário que não acompanha o que está sendo desenvolvido por outras indústrias", destacou o parlamentar.
"Também há de se considerar que no início desses benefícios fiscais a indústria de alguma maneira fez transferência desses benefícios para a sua unidade em Minas, isso claro parou, mas de toda forma se mostrou fora da conformidade Inicial. Nós fizemos um grande esforço e foi realmente um esforço coletivo", continuou.
Articulações para aprovação da reforma
Na entrevista o senador destacou a participação da Governadora Raquel Lyra (PSDB) na movimentação para que os incentivos para o polo de Pernambuco não fosse retirados. Na terça-feira (7) a tucana estava em Brasília para acompanhar a votação no dia seguinte e continuar as negociações até a aprovação.
Fernando Dueire chamou atenção que o relator da reforma, o senador Eduardo Braga (MDB), é filiado ao Movimento Democrático Brasileiro, como ele, e isso facilitou o diálogo.
"Nós temos uma interlocução e uma aproximação muito grande. Então, eu vinha conversando com Eduardo Braga, ele vinha colocando as ponderações", afirmou.
Senadores
Dueire destacou o trabalho de articulação dos parlamentares pernambucanos Humberto Costa (PT-PE) e Teresa Leitão (PT-PE), e também falou sobre a ajuda dos colegas de senado Jackson Wagner (PT-BA), Jorge Kajuru (PSB-GO), Chico Rodrigues (União-RR) e Flávio Arns (PSB-PR).
"Nós fizemos o dever de casa, fizemos o que deveria ser feito, e conseguimos botar o texto e votar em plenário", disse o senador.
O político informou que na Câmara ainda existe um risco, mas o assunto segue bem encaminhado. "Esperamos que a gente tenha uma consequência final satisfatória para que esses investimentos em torno de 1 bilhão e 500 milhões de dólares aconteçam", explicou.
UNIÃO DOS SENADORES PERNAMBUCANOS
Dueire detalhou que a relação entre os senadores do Estado é de bastante cumplicidade independe de partido político. Ele afirmou ainda que desde sua posse se aproximou muitos do colegas, Humberto e Teresa, e que juntos buscam melhorias para Pernambuco.
"Nós temos sempre tratado dos assuntos de Pernambuco e do Nordeste com muita unidade. Eu digo sempre isso para vários companheiros que é natural que as pessoas tenham uma visão de mundo diferente. Isso é da própria sociedade e até na democracia os são caminhos diferentes", pontou.
O senador concluiu afirmando que trabalhar por Pernambuco, pelo nordeste e pelo país é algo que deve ser feito em comunhão. "Os interesses de Pernambuco nos une de forma definitiva. Não há diferenças quando se trata do Estado a gente se une, a gente se entende", finalizou Dueire.