O União Brasil decidiu nesta quarta-feira, 20, afastar o deputado federal Luciano Bivar (PE) das funções de presidente do partido, após uma série de brigas internas. Ele é acusado de cometer ofensas e ameaças contra correligionários. O advogado Antonio de Rueda assume imediatamente o comando da legenda. A possível expulsão de Bivar ainda será analisada pelo conselho de ética da sigla.
A decisão cautelar, ou seja, temporária, foi tomada em uma reunião da Executiva Nacional do União, realizada em Brasília. O relatório da destituição de Bivar, apresentado pela senadora Professora Dorinha (União-TO), foi aprovado por 11 dos 17 integrantes da comissão. Cinco integrantes votaram contra a saída do deputado do cargo e um se absteve.
"Agora, a Executiva Nacional submeterá o caso ao Conselho de Ética do partido para apresentar uma decisão definitiva, de mérito, em até dois meses. Luciano Bivar terá novo prazo de cinco dias para apresentar o contraditório", diz nota divulgada pela legenda.
"A conclusão do conselho de ética pode ser pela não aplicação de nenhuma pena, o que reverteria a cautelar; pode ser pela confirmação pela cautelar e, portanto, manter o deputado Luciano Bivar afastado de qualquer função do partido; ou, até mesmo, pode ser pela expulsão", disse, em entrevista coletiva de imprensa, o atual secretário-geral do União, o ex-prefeito de Salvador ACM Neto.
O partido também argumenta, como motivo para a destituição, que Bivar já foi acusado de praticar violência contra mulher e validou cartas de desfiliação de seis deputados do União do Rio de Janeiro sem submeter a decisão ao conjunto do partido.
Rueda foi eleito para presidir a sigla em convenção realizada no dia 29 de fevereiro, mas só assumiria o posto no lugar de Bivar em junho. A eleição do advogado para comandar o partido ocorreu após uma tentativa de "virada de mesa" de Bivar, que tentou cancelar a convenção.
O União Brasil foi criado em 2022 como resultado da fusão entre o DEM e o PSL, mas as duas alas nunca se acertaram. Rueda e seus aliados saíram do pleito falando em unidade e pacificação após o pleito, mas Bivar disse ao Broadcast Político, na ocasião, que a eleição foi "viciada" e estaria "nula de pleno direito".
ACM Neto e outros integrantes que vieram do antigo DEM articularam a destituição de Bivar após o conflito interno no partido escalar. Na semana passada, Bivar disse ter sido alvo de ilações após duas casas de Rueda pegarem fogo, em Pernambuco, e ainda afirmou que foi roubado pela esposa do correligionário.
Antes da convenção, no fim de fevereiro, Bivar chegou a insinuar que tinha denúncias contra Rueda, mas sem apresentar provas. O deputado também foi acusado de ter ameaçado de morte familiares do advogado.