ELEIÇÕES 2024

'João Campos foi eleito com voto da direita porque não tínhamos opção em 2020', diz Gilson Machado, pré-candidato do Recife pelo PL

'Vou para o segundo turno, mas se for entre o atual prefeito e o candidato de Raquel Lyra, apoiaria o dela', disse ex-ministro do Turismo em sabatina

Cadastrado por

JC

Publicado em 03/07/2024 às 16:39 | Atualizado em 03/07/2024 às 22:29
Gilson Machado Neto, pré-candidato a prefeito do Recife pelo PL - REPRODUÇÃO

Com críticas à gestão de João Campos, o pré-candidato a prefeito do Recife Gilson Machado Neto (PL), que foi ministro do governo Bolsonaro, buscou reforçar o seu nome como uma alternativa à direita nas eleições municipais de 2024 durante sabatina promovida pelo UOL/Folha de S. Paulo na última terça-feira (2).

"João Campos foi eleito com o voto da direita, porque não tínhamos opção. Ou votava no comunista ou no menos comunista", disse, referindo-se à campanha de 2020.

"Recife não está usando seus recursos de forma inteligente para diminuir o trânsito, infelizmente não há estratégia. Está faltando medicamento nos postos de saúde, o que é inadmissível."

Ainda alfinetando o atual prefeito, o pré-candidato disse que, caso eleito, não deixará o cargo para concorrer nas eleições de 2026. "João é tão arrogante que já faz campanha se achando governador do Estado".

Vice

Visando o eleitor bolsonarista, Gilson Machado também deixou claro que deixará para escolher o vice da sua chapa junto com o ex-presidente. "Toda decisão eu consulto com ele. Tenho 50 opções e qualquer um tem chance", disse ao ser questionado sobre a possibilidade do empresário André Correia, que foi ventilado pela imprensa.

"Nem toda decisão precisa passar por Bolsonaro. Mas politicamente eu sou fiel a ele, diferente de muita gente oportunista." O ex-ministro também recusou o rótulo de "extrema-direita" e minimizou a gravidade dos atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro de 2023.

Eventual segundo turno

Machado confirmou que apoiaria Daniel Coelho (PSD), pré-candidato apoiado pela governadora Raquel Lyra (PSBD), caso o segundo turno fosse entre ele e João Campos. "Eu vou para o segundo turno, mas se fosse entre o atual e o candidato dela, eu apoiaria o dela".

O pré-candidato do PL também teceu elogios à governadora. "Está tendo muito trabalho em Pernambuco. Ela pegou o Estado em situação de terra arrasada, com os piores índices de desemprego do Brasil, as piores oportunidades. Eu vou dar um crédito a ela, que tem que ir atrás do governo federal sim. Eu faria a mesma coisa", disse, sobre a relação a Lyra com Lula (PT).

"Agora, ser subserviente a Lula é outra coisa. Eu jamais seria e acho que ela não seja. Acho que ela tem capacidade de recuperar Pernambuco."

Cultura

Um dos momentos mais controversos da sabatina foi a respeito da pauta da cultura. Ao dizer que priorizaria o artista pernambucano nas grades de ventos públicos, ele confirmou que reduziria a verba do Carnaval. "Outra coisa: não vou gastar dinheiro com propaganda nas redes sociais para me promover."

Machado chegou a dizer que trabalharia para que a música gospel fosse inserida nas grades festivas da Prefeitura do Recife.

Questionado sobre a laicidade do Estado, ele procurou mostrar familiaridade com as religiões afros de forma pitoresca: cantou uma "canção africana" que "aprendeu com empregada da sua bisavó". Confira mais aspas sobre temas:

Trânsito

"Não se acaba com um trânsito caótico como o do Recife da noite para o dia. Podemos fazer ações que diminuam a dor do cidadão, como mudar os horários de 'largar e pegar' no serviço. Segundo, rever horários de colégios. Tem que ter uma estratégia para diminuir isso", disse.

"Temos que envolver prefeitos de toda a Região Metropolitana para traçar um objetivo de engenharia de trânsito e colocar os sinais para funcionar, estão todos sem sincronia. Podemos dar isenções a empresas que realmente melhorar o trânsito, com plano viável."

Segurança

"Temos de ter uma parceria forte com a Polícia Militar, qualificar guardar e fazer novos concursos públicos, aumentar o efetivo. Também precisamos de câmeras de reconhecimento facial e colocar uma guarda qualificada, que esteja pronto para usar uma arma para defender a população do bandido, que hoje está com fuzil".

Gilson Machado se mostrou a favor da câmera acoplada no fardamento da PM, mas ressaltou que precisa existir diálogo com a instituição.

Educação

"Vou implantar, sim, escolas cívico-militares. A segunda coisa é olhar o ambiente que a criança vive. Não adianta querer dar um ensino se eu não identifico em qual ambiente a criança vive. Vamos ter gestores que vão nas casas, entendendo o que falta para a comunidade. Outra coisa fundamental é a educação ambiental. O nosso maior patrimônio é o meio ambiente preservado."

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