10 anos sem Eduardo Campos

De assessor do avô Miguel Arraes a candidato à Presidência da República. Veja a trajetória de Eduardo Campos

Desastre aéreo em Santos interrompeu a trajetória política de Eduardo Campos, que se colocava como a 3ª via na disputa presidencial de 2014 no País

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Adriana Guarda

Publicado em 12/08/2024 às 19:48
Eduardo Campos sabia unir lados opostos e era aposta para acabar com a polaricação PT-PSDB nas eleições de 2014 - Guga Matos/JC Imagem

Nascido no dia 10 de agosto de 1965 no Recife, Eduardo Henrique Accioly Campos era filho do poeta Maximiano Campos (1941-1998) e de Ana Arraes, que ocupou os cargos de ministra do Tribunal de Contas da União e deputada federal.

Filho de Ana Arraes de Alencar e Maximiniano Campos, Eduardo Campos nasceu no dia 10 de agosto de 1965 - Arquivo Pessoal

Nascido em berço político, Eduardo era o principal herdeiro de seu avô, Miguel Arraes. Precoce, ele ingressou aos 16 anos na Universidade Federal de Pernambuco, onde se formou em Economia. Foi eleito presidente do Diretório Acadêmico de sua faculdade em 1985.

Herança política de Miguel Arraes marcou trajetória de Eduardo Campos - Reprodução redes sociais

Sua estreia na política aconteceu em 1986, trabalhando na campanha de Arraes, em sua segunda candidatura ao governo de Pernambuco. Para apoiar o avô, desistiu de cursar um mestrado nos Estados Unidos. Em 1990, saiu do PMDB e se filiou ao PSB, sendo eleito deputado estadual no mesmo ano.

Aos 25 anos, sofreu sua única derrota eleitoral. Disputou as eleições para a Prefeitura de Recife, vencidas pelo então atual prefeito da cidade, Jarbas Vasconcelos. Eduardo ficou em quinto lugar, com apenas 5% dos votos.

Quando faleceu, em 2014, Eduardo e Renata Campos já tinham 23 anos de casados - Reprodução redes sociais

Em 1991 casou-se com Renata Campos, com quem namorava desde os 13 anos e teve cinco filhos. Eles se conheceram quando ainda eram crianças, ele com 8 e ela com 6 anos, na casa de Ariano Suassuna. A esposa do escritor, Zélia, era tia de Renata. Teve cinco filhos com a esposa. 

Eduardo e Renata Campos tiveram cinco filhos: Maria Eduarda, João, Pedro, José e Miguel - Reprodução redes sociais

Em 1994, foi eleito deputado federal com 133 mil votos. Licenciou-se do cargo para integrar o terceiro governo de Arraes em Pernambuco. Primeiro foi secretário de Governo e, depois, secretário da Fazenda. Em 1998, foi reeleito deputado federal com 173,6 mil votos.

Nascimneto de Miguel, o caçula dos cinco filhos de Eduardo e Renata Campos - Reprodução redes sociais

Conheceu Lula na adolescência, por intermédio de seu avô, quando retornou do exílio. Entre 2004 e 2006, ocupou o cargo de ministro de Ciência e Tecnologia no primeiro mandato de Lula. Era o mais jovem dos ministros nomeados na época.

Eduardo começou a campanha discursando em cima de um caixote - Reprodução redes sociais

Com a morte de Arraes, em 2005, Eduardo assumiu a presidência do PSB e, no ano seguinte, licenciou-se do cargo para concorrer às eleições para governador de Pernambuco. Começou a disputa em terceiro lugar, discursando em cima de um caixote de madeira. 

Na primeira campanha para governador de Pernambuco - Reprodução redes sociais

Foi eleito com 60% dos votos no segundo turno. Em 2010, foi reeleito com 83% dos votos no primeiro turno, o maior índice registrado entre todos os governadores eleitos na ocasião. Em 2011, Campos foi reeleito presidente do PSB. Seu mandato estava em vigor quando aconteceu o desastre de avião.

Parceria com Marina Silva para buscar o sonho de ser presidente da Répública - Reprodução redes sociais

Eduardo estava em campanha para as próximas eleições presidenciais e havia firmado aliança com Marina Silva para ser sua vice-presidente. A pré-candidatura foi lançada oficialmente em abril de 2014, quando ele deixou o governo de Pernambuco, e confirmada no fim de junho. Nela, Campos vinha se apresentando como uma nova via da política nacional.

Confiante na campanha para presidente da República junto com Marina Silva - Reprodução redes sociais
 

Apesar de aparecer em 3º lugar nas pesquisas eleitorais, ele tinha convicção de que seria presidente do Brasil. Chegou a dizer em entrevista à revista Piauí: “Minha eleição vai ser de fenômeno, vai ser de arranque na última hora”, acreditava. 

 

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