Políticos e personalidades lamentam morte de Delfim Netto
O economista e ex-ministro da Fazenda Delfim Netto faleceu na madrugada desta segunda-feira, 12, em São Paulo, aos 96 anos de idade.
Com informações do Estadão Conteúdo
Políticos e autoridades lamentaram o falecimento do economista Delfim Netto, aos 96 anos, na madrugada desta segunda-feira, 12. Ao longo do dia, instituições, parlamentares e demais autoridades prestaram homenagens ao ex-ministro e ex-deputado federal.
O Ministério da Fazenda divulgou nota destacando que o professor, economista, diplomata e ex-ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento fomentou, ao longo de décadas, "debates essenciais sobre a condução da política econômica brasileira".
A nota da Fazenda ainda diz que Delfim Netto foi um referencial em diferentes fases da história do País.
"Neste momento de luto, os servidores do Ministério da Fazenda manifestam respeito e solidariedade aos familiares e amigos de Delfim Netto", diz o texto.
Para o presidente do Grupo JCPM, João Carlos Paes Mendonça, "Delfim Netto foi um dos grandes ministros que o País já teve. Firme nas suas convicções, teve uma participação importante na história econômica do Brasil. Tive certa convivência com ele durante minha passagem pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), e ele sempre foi muito atencioso com o setor que tinha grande impacto na vida dos cidadãos".
O empresário revela ainda uma passagem: "Nunca comentei publicamente, mas ele que me indicou para fazer parte do Conselho Monetário Nacional. Minha impressão sobre ele era de um homem ético e competente".
Alckmin: "Delfim Netto serviu o País de maneira digna"
O vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, afirmou que Delfim Netto "serviu o País de maneira digna e legou exemplos valorosos em favor do desenvolvimento social e econômico", em seu perfil no X.
"Eminente protagonista da vida pública nacional, Delfim Netto serviu condignamente o país em elevadas e distintas funções, legando valorosos exemplos em favor do desenvolvimento econômico e social do Brasil", escreveu Alckmin. "Meus sentimentos à sua família", acrescentou.
Pacheco ressalta papel de Delfim Netto na história do Brasil
Em nota divulgada na manhã desta segunda-feira, 12, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), lamentou a morte do ex-ministro da Fazenda. Pacheco disse que Delfim Netto era um "profundo conhecedor das ciências econômicas" e "ocupou papel altivo na história do Brasil desde 1967".
"Presto minhas condolências aos familiares e amigos do ex-deputado federal e ex-ministro da Fazenda Antonio Delfim Netto, que morreu na madrugada desta segunda-feira, 12, em São Paulo, aos 96 anos. Profundo conhecedor das ciências econômicas, ocupou papel altivo na história do Brasil desde 1967, quando se tornou, aos 38 anos, o mais jovem ministro do País", afirmou Pacheco.
O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, também lamentou a morte do ex-ministro da Fazenda Delfim Netto. "Hoje o Brasil perde um dos nomes que marcou sua economia nas últimas décadas", disse Ilan, em nota ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. "Lamento a morte de Delfim Netto que, como acadêmico, professor, ex-ministro e ex-deputado influenciou o debate nacional e cujo legado retrata parte importante da história do Brasil", acrescentou ele, baseado em Washington DC, nos Estados Unidos.
O Banco Central divulgou nota expressando pesar pela morte do ex-ministro. Segundo a autoridade monetária, o economista tinha uma "mente livre de amarras" e dedicou seus maiores esforços a garantir um crescimento sustentável para o País.
"Mente livre de amarras, o economista Delfim Netto marcou sua vida profissional e acadêmica pelo pioneirismo. Sua tese de livre docência sobre 'O Problema do Café no Brasil' marcou época e ainda é estudada por economistas da nova geração", diz a nota do BC.
O Ministério do Planejamento divulgou nota lamentando o falecimento de Delfim Netto, a quem se referiu como "um dos economistas mais respeitados e ouvidos da história do Brasil", que influenciou a condução da economia no País.
"Delfim influenciou fortemente a condução da economia e o debate macroeconômico do país nas últimas décadas. Seja como ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento, seja como deputado e consultor, o professor emérito da USP teve atuação marcada pela defesa da indústria e das exportações brasileiras, pela valorização do trabalho de planejar o país e pela capacidade de dialogar com pessoas de diferentes correntes de pensamento", diz a nota.
Ministros do STF destacam prestação de serviços de Delfim Netto ao Brasil
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, e o ministro da Corte Dias Toffoli também lamentaram a morte do economista e ex-ministro Antônio Delfim Netto, na madrugada desta segunda-feira, 12, aos 96 anos. Em nome do STF, Barroso manifestou pesar e destacou a prestação de serviços de Delfim Netto ao Brasil "em diferentes momentos históricos".
"Nos períodos mais recentes após a redemocratização, foi conselheiro econômico de mais de um governo e atuou em projetos de inclusão social que levaram ao desenvolvimento econômico do País", disse Barroso em nota.
Toffoli salientou a "origem humilde" e "brilhantismo intelectual" do ex-ministro. Toffoli ainda destacou que Delfim foi um dos mentores da Embrapa e da "revolução agrícola brasileira", tornando-se um "visionário na revalorização de um dos pilares da economia nacional no século XXI".
"Conselheiro de vários presidentes da República após a redemocratização, soube valorizar as políticas de distribuição de renda e de inclusão social. Sua atuação no período mais duro do regime militar deverá ser lembrada, mas é inegável que o Brasil perdeu hoje um de seus maiores intelectuais e pensador da nação brasileira", disse Toffoli na nota de pesar.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), lamentou em uma rede social a morte do ex-ministro da Fazenda.
"Com muita tristeza, mas muita gratidão, nos despedimos hoje do professor Delfim. Tenho profunda admiração pela genialidade e sensatez das suas contribuições para o Brasil", escreveu o governador paulista no X.
Tarcísio também destacou que Netto foi uma das pessoas a incentivar sua candidatura ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de SP. "Poucos sabem, mas Delfim Netto foi um dos incentivadores da minha candidatura ao governo de São Paulo", afirmou. "Serei eternamente grato pelos seus conselhos. Meus sentimentos à sua família, com a certeza de que descansa em paz", concluiu o governador na publicação.