">O Instituto Pernambuco-Porto abriu as portas oficialmente, nesta quinta, com pompa e reconhecimentos merecidos. Trata-se de um sonho idealizado e compartilhado por muito tempo pelos amigos Zeferino Ferreira da Costa e Artur Valente, ambos portugueses, e vivem no Brasil há muitos anos.
Para Zeferino, é uma forma de retribuir todo o acolhimento que recebeu em Pernambuco entregando um equipamento, sem fins lucrativos, de intercâmbio entre os dois países. “O objetivo é fazer portugueses e brasileiros se conhecerem melhor”, fala.
Segundo Germana Soares, gestora do Instituto Pernambuco-Porto, o propósito é um local onde os brasileiros possam ter contato com suas raízes, nacionalidade através da sua cultura e ferramenta para descobrimento dos portugueses mais sobre o País.
Muitas similaridades desconhecidas
“Ambos os povos, do Brasil e de Portugal, possuem muita similaridade e muitos não sabem disso. Porém, essa é uma oportunidade de apresentar não só as semelhanças, mas as peculiaridades. A cultura nordestina e suas tradições que tem muito da influência portuguesa nas suas origens”, pontua.
“É importante destacar que não somos só uma casa para cultura, nem só para acadêmica, nem só para empresários. A ideia é trabalharmos em todas as esferas. É uma tarefa difícil e que demanda esforços em vários aspectos, mas vamos fazer o possível para atender a todos”. O local deve receber eventos como exposições, congressos, feiras de negócios, apresentações culturais, entre outros.
Um projeto de Borsoi e Janete Costa?
O edifício-sede do Instituto Pernambuco Porto está instalado em um terreno de 7.800 m², com 2.300 m² de área construída, e implantado na cidade do Porto. Está próximo das Faculdades de Ciências, Arquitetura, Letras e do Estádio Universitário do Porto.
Conta com amplas e modernas instalações funcionais, com arquitetura assinada por Janete Costa (1932-2008), e Acácio Gil Borsoi (1924-2009). Roberta Borsoi e Marco Antônio Borsoi, filhos do casal, deram continuidade ao projeto.
“O prédio do Instituto Pernambuco Porto se comunica muito com o exterior. Está tudo muito permeado, não tem limite entre interno e externo”, explica Roberta Borsoi. “A arquitetura é única, e quem entra lá com certeza percebe isso. Não colocamos tantos móveis, deixamos tudo muito livre, muito fluido”.
Marco Antônio Borsoi diz que, segundo seu pai, o projeto tem a intenção de criar e levar uma “peculiar expressão tipológica da Arquitetura Brasileira”, as formas simples e puras, a leveza, a relação dos espaços e das áreas livres ao redor.
“Mas, há uma forte sintonia com os valores essenciais da cultura contemporânea, sensíveis às demandas tecnológicas e ao sentido dos espaços abertos, expositivos e interpenetráveis”, comenta. Para ele, é uma honra concluir o que seu pai começou.
“É grande a emoção de participar desse momento de esforço para concluir o IPPB. Junto com a minha irmã Roberta, estamos garantindo a coerência e a sequência de sua última e cara obra. Uma obra magnífica de síntese, sutileza e integridade. A arquitetura que continua e que hoje pode redescobrir o caminho de sempre”.