CIÊNCIA

Vício em cigarro? Neurocientista explica estudo que revela como estímulo elétrico pode ajudar ex-fumantes a superar o vício; confira

O vício em cigarros pode ser difícil de largar, mas a ciência vem buscando alternativas para ajudar os ex-fumantes na recuperação

Cadastrado por

Lívia Maria

Publicado em 11/05/2022 às 16:11
Tabagismo é considerada uma pandemia pela OMS - lilartsy/Pexels

O tabagismo, ou o ato de consumir produtos com tabaco, como cigarros, é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma pandemia e que precisa ser combatida. Pesquisas apontam que o fumante é mais propenso a desencadear doenças graves ao longo da vida, como diversos tipos de cânceres e insuficiência respiratória.

Além do tabaco e da nicotina, o cigarro possui outras milhares de substâncias tóxicas ao corpo humano. Entretanto, é um hábito que rapidamente se torna um vício difícil de largar. Com isso, pesquisadores e profissionais da saúde buscam modos de ajudar no tratamento contra o vício do cigarro.

Em uma recente pesquisa realizada através de um estudo feito por pesquisadores do Hospital Universitário de Dijon, na França, foi constatado que ex-fumantes que passam por sessões regulares de estimulação cerebral externa têm duas vezes menos chance de voltar a fumar nos três a seis meses depois de parar com o cigarro. 

Segundo o estudo, a técnica usa uma corrente elétrica leve para ativar as células cerebrais que diminuem o desejo por nicotina. O PhD em Neurociências e Biólogo, professor Dr. Fabiano de Abreu Agrela, explicou como o procedimento acontece.

“Na estimulação magnética transcraniana, uma bobina de metal é colocada no couro cabeludo do paciente. A bobina gera pulsos magnéticos que induzem correntes elétricas no tecido cerebral. Dependendo da frequência dos pulsos, a atividade na área alvo é aumentada ou diminuída.”

Segundo o professor, a “estimulação transcraniana por corrente contínua envia uma corrente direta de baixa intensidade através do cérebro, usando eletrodos colocados na cabeça do paciente. Essa corrente fraca afeta a atividade cerebral.”

Ainda conforme Agrela, a estimulação cerebral não invasiva (NIBS) é indolor e segura, tem efeitos colaterais mínimos e tem sido usada em milhares de pessoas em todo o mundo.

Além disso, a técnica tem como objetivo melhorar a qualidade de vida e reduzir os efeitos de problemas relacionados à fala, deglutição, movimento, cognição e outras funções. Isso pode ser alcançado com uma das duas abordagens:

“Estimulando a área danificada do cérebro para ajudar a restaurar a função afetada estimulando uma área diferente do cérebro para compensar a perda de função”, finalizou.

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