SAÚDE

Como descansar o cérebro de verdade? Entenda o motivo pelo qual precisamos praticar o 'ócio cerebral'

Pegar o celular nas mãos nos momentos de descanso achando que este pode ser o principal objeto de distração é o maior golpe contra o cérebro

Cadastrado por

Lívia Maria

Publicado em 01/06/2022 às 9:17
Estimular o cérebro por muitas horas, mesmo que seja de forma positiva, pode causar estafa mental - Freepik

Mesmo a mente sendo naturalmente programada para se distrair, pensar demais é um problema muito comum, o qual a maioria das pessoas sofrem por não conseguirem se desligar daquilo que não querem pensar ou fazer.

Para cultivar o ócio e o descanso, algo necessário para a boa saúde mental e física, é preciso adotar algumas táticas que Fernando Gomes, médico neurocirurgião Hospital das Clínicas de São Paulo, ensina.

“É comum ler por aí na maioria dos livros de autoajuda e orientações para eliminar os pensamentos negativos e aumentar os positivos. Esse é um ótimo conselho, mas na prática, quando se usa demais o cérebro, positiva ou negativamente, ele pode ficar esgotado e então, dá-se o cenário perfeito para o fracasso mental, para o pensamento desordenado, confuso e desesperado”, explica.

Como relaxar o cérebro?

Pensar em tudo, ao mesmo tempo, continuamente, é sinônimo de não viver no presente. A única maneira de parar de se identificar com todos os pensamentos é parar de segui-los descansando o cérebro para conseguir uma reprogramação mental essencial para o bom funcionamento das funções vitais.

Na prática, o primeiro passo é se desligar da tecnologia. O médico reforça que mesmo que pareça bem difícil, é necessário se esforçar.

Nos últimos anos, as pesquisas têm conseguido demonstrar que isso de fato acontece. A alta demanda da tecnologia consegue inibir o funcionamento de regiões específicas do cérebro, assim, o córtex pré-frontal determina no que você vai prestar atenção e transmite essa informação para regiões mais profundas do órgão, como os gânglios da base e tálamo, que então fecham as barreiras para os estímulos concorrentes - essa é uma porta aberta para distração e para o pensamento inoportuno.

“Quando o desligamento acontece, o cérebro abaixa a guarda e então diminui a barreira para estímulos concorrentes, permitindo o monitoramento do ambiente, o olhar para dentro de si mesmo e o tão importante descanso e cultivo do ócio”, fala o especialista.

A neurociência já mostrou que o ócio cerebral provocado pelo contato com ambientes naturais podem melhorar o humor e a memória, além de diminuir o estresse e as chances de desenvolver doenças como a depressão e a ansiedade, outros grandes problemas desta era.

Para então desligar a massa cinzenta, o neurocirugião deixa algumas dicas:

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