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Depoimentos, curiosidades e reprodução do gol de Ramos: um mergulho no jogo que deu o hexa ao Náutico

Cadastrado por

Marcos Leandro

Publicado em 23/05/2021 às 10:42
Náutico 1x0 Sport, em 1968. O jogo do hexa. Foto: Livro o Náutico, a bola e as lembranças, de Lucídio José de Oliveira - Náutico 1x0 Sport, em 1968. O jogo do hexa. Foto: Livro o Náutico, a bola e as lembranças, de Lucídio José de Oliveira

A final do Campeonato Pernambucano deste domingo (23) entre Náutico e Sport, além do título da edição 2021, tem um simbolismo muito grande. Isso porque o alvirrubro não vence o rubro-negro em decisões desde 1968, ano em que conquistou o até hoje inédito hexacampeonato estadual.



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Diante disso, o repórter da Rádio Jornal João Victor Amorim mergulhou na história desse duelo histórico. A saga do jogo do hexa foi narrada por depoimentos de quem viveu aquela jornada, como o meio-campista Ivan Brondi, que depois viria a ser presidente do clube. "Havia uma rixa muito grande entre as duas torcidas. Tivemos um grupo muito bom, a maioria com jogadores do Nordeste. E conseguimos ganhar seis anos seguidos. Ninguém é herói de derrota. Esse era o lema daquele elenco. É esse recado que deixo para o time atual do Náutico", afirmou Brondi, que jogou 126 das 140 partidas do hexa, de 1963 a 1968 .

Paulo Moraes, que era repórter da Rádio Jornal, lembra com muita saudade daquela época. "Cobri grande parte do hexa e tinha uma afinidade muito grande com os jogadores, Bita, Lala, Ivan. Era um time que jogava por música, mesmo em 1968 já um pouco enfraquecido em relação aos anos anteriores. A gente ia para o estádio ver um show, assim como era o Santa no penta e o Sport também", destacou Paulo Moraes.

Ainda sobre a cobertura da imprensa, houve uma grande polêmica, por conta de um comentário feito por Walter Spencer, então narrador principal da Rádio Jornal. "O Náutico não tinha adversário, ganhava todos os jogos. Era necessário perder quatro jogos para perder o campeonato. Eu disse que o time do Sport seria uma presa fácil e o Náutico poderia levar a faixa de campeão", disse na época Walter Spencer. O Sport ganhou o jogo, adiando o título alvirrubro. A revolta da torcida rubro-negra fez Spencer perder o jogo do título.

Formação do hexa. Foto: Livro o Náutico, a bola e as lembranças, de Lucídio José de Oliveira.

Isso fez com que Vicente Lemos fosse escalado para narrar a grande final de 1968 pela Rádio Jornal. "Lembro bem do jogo, 1x0, no campo do Náutico. O gol foi em um cruzamento e Ramos fez o gol do hexacampeonato", recordou Vicente Lemos, hoje com 84 anos.

E, claro, não  podia faltar o atacante Ramos, que fez o gol da vitória e do título, naquele 21 de julho de 1968. Perguntado sobre quem pode ser o "Ramos" de 2021, ele não titubeou. "Vinícius e Erick são bons, mas acho que Kieza", afirmou sem pensar muito.

FICHA DO JOGO

Náutico 1x0 Sport

Data: 21 de julho de 1968

Local: Aflitos

Público: 23.320

Árbitro: Erílson Gouveia (Armindo Tavares)

Gol: Ramos.

Náutico: Valter Serafim; Gena, Ivan Limeira, Fernando Matias e Toinho; Jardel (Ede) e Ivan Brondi; Miruca (Rato), Ramos, Nino e Lala. Técnico: Duque.

Sport: Miltão; Valdeci, Bibiu, Gilson Santos e Altair (Zequinha); Valter e Soares; Dema, Zezinho, Acelino e Garcia (César). Técnico: Astrogildo Neri.

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