A seleção brasileira faz, sem dúvida alguma, a melhor campanha das Eliminatórias da era dos pontos corridos. É de impressionar o fato de manter os 100% de aproveitamento na competição que vale vaga na Copa do Mundo. Nem mesmos os mais céticos estão com um pé atrás em relação à classificação do Brasil. Mas isso não alivia a barra dos seus líderes em campo. Assim como em anos anteriores, o técnico e o ídolo recebem críticas, são questionados. Mas cada um deles absorvem de forma diferente o que ouvem e o que enxergam. Questão de maturidade e/ou personalidade.
Em campo, o Brasil tem apenas uma estrela: Neymar. A equipe joga para ele. Os demais atletas correm para ele. Contra o Chile , o Brasil sofreu para vencer por 1x0. Com a estrela apagada, as seleção teve dificuldades. Quem brilhou foi o goleiro Weverton, sendo o grande responsável pelo triunfo. Neymar ouviu críticas de que está fora de forma. E diante dos chilenos, se arrastou em campo. Mostrava-se pesado. No outro dia, postou uma foto nas redes sociais, mostrando o "tanquinho". Para quê? Só para ganhar mais cliques. Só pode.
Diante do Peru, Neymar deu a assistência para o gol de Everton Ribeiro e aproveitou erro da zaga para fazer o 2x0 que garantiu mais uma vitória da seleção brasileira. Ao final da partida, mandou essa na TV: "Eu não sei mais o que posso fazer para agradar a galera!". É engraçado.... se teve um jogador muito paparicado no futebol brasileiro nos últimos anos ele atende pelo nome de Neymar. E por ser o que é, os elogios serão sempre no superlativo. E as críticas vão existir cada vez que ele não se mostrar genial em campo. Afinal, todos esperam dele a genialidade. O problema é que o camisa 10 não sabe lidar com isso.
Na Arena de Pernambuco, a estrela brasileira não mostrou um futebol diferente dos demais companheiros. Velocidade, habilidade... um gol aproveitando o erro da zaga. Uma assistência após uma trombada no marcador em que muitos dizem que a jogada foi falta. E no final da partida, quando o Brasil já estava com o placar na mão, agrediu o rosto do marcador, num lance que poderia ter resultado no cartão vermelho. O amarelo ficou barato. Aí, quando termina a partida, ele esperneia e bate o pé. Incrível como o tempo passa e ele segue o mesmo.
E o que dizer de Tite? Não lembro de ter visto um treinador da seleção brasileira que seguiu trabalho à frente da equipe após um insucesso da Copa do Mundo e, muito menos, perdendo a Copa América logo em seguida, e em casa. O homem tem prestígio. E se fortalece com a campanha que está fazendo na Eliminatórias. Mas assim como os seus antecessores, o técnico da seleção brasileira ouve duras críticas. Mas é aquele negócio. Técnico na seleção brasileira não agrada. Nem Telê, no comando da tão aclamada seleção de 82, ficou livre disse.
Mas Tite merece as críticas que vem recebendo. Sob o comando da seleção, o técnico tem todos os jogadores brasileiros a sua disposição para fazer um esquema mais ousado, que faça o futebol brasileiro fluir naturalmente. Não falo só de ofensividade, mágica, show.... Isso não mais existe. Mas que pelo menos seja menos burocrático. O Brasil de Tite, hoje, parece ser o Corinthians que ele comandou e foi campeão. Uma equipe compacta, pouco criativa, mas letal. Na seleção, não se vê uma evolução de 2018. Temos deficiências nas laterais que ele não conseguiu sanar. E peças convocadas que pouco acrescenta de diferente, mas que por teimosia do treinador, são mantidas.
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Tite sabe da sua responsabilidade. Sabe que, por ser técnico da seleção de um País em que todo torcedor também é treinador, vai ouvir mais críticas do que elogios. Por isso, mantém serenidade e equilíbrio que um treinador precisa ter. Só parece não ter autocrítica. Porque não é possível que ele não enxergue que o futebol da seleção esteja engessado. E que precisa pensar um pouquinho fora da caixa para tudo mudar e as apresentações do Brasil sejam menos burocráticas.