Na história do futebol, o árbitro é visto por vilão de todos os lados. É criticado sempre pelas duas torcidas e imprensa. O cenário não mudou mesmo nos dias de hoje, quando o VAR entrou em cena. No anos 80, um consagrado árbitro brasileiro fez algo inimaginável. Roubou a cena e entrou para história como artilheiro. José de Assis Aragão, há exatos 38 anos, fez o gol do Palmeiras, decretando o empate da partida contra o Santos. Aragão não se fez de rogado: ao ver a bola estufar as redes, correu para o centro do campo com a convicção. Para desespero dos jogadores do Peixe. E alegria dos Alviverdes.
A partida era válida pelo Campeonato Paulista. O Palmeiras não vencia o Santos há quatro anos. Era um amargo jejum que os palmeirenses queriam acabar a todo custo. Mais de 35 mil torcedores estavam no Morumbi quando viram Paulo Isidoro abrir o placar para o Santos. O Palmeiras, do experiente técnico Rubens Minelli, empatou com Capitão. O Santos mostrou sua força e desempatou com o atacante Lino. E assim parecia que o jejum permaneceria.
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Só que aos 47 minutos, escanteio para o Palmeiras. José de Assis Aragão se posicionou na linha de fundo, encostado a trave. Para ele, um bom ângulo de visão para ver os jogadores na área. A bola foi mandada para área, a zaga santista rebateu. Jorginho, craque do alviverde chutou. A bola ia para fora, só que desviou no árbitro e... entrou. Alegria palmeirense. Desespero santista.
Quem estava na partida e participou do lance pelo lado do Santos foi um velho conhecido do torcedor do Sport. O lateral-direito Betão havia sido contratado recentemente pelo Peixe. Era titular absoluto do técnico Formiga. Ele estava justamente posicionado na trave onde José de Assis Aragão estava e mandou para as redes. Betão, assim com os demais companheiros, ficaram espantados com a validação do gol.
"Nosso goleiro (Marola) sempre pedia, nas cobranças de escanteios, para que os laterais ficassem nas traves. Paulo Róbson ficou em uma, e eu na outra. Quando Jorginho chutou, a gente viu que sairia. Mas bateu no árbitro e ela passou ao meu lado e foi para o gol. Não deveria ter validado", conta Betão.
O argumento dado por José Assis Aragão para validar o lance foi que o árbitro, independente das circunstâncias, é figura neutra da partida. E lamentou a falta de sorte após o clássico. "Tinha que acontecer comigo. Meu Deus do céu, que culpa tive se a bola bateu em mim e entrou?", lamentava Aragão na época. Os jornais e os jogadores do Santos criticavam o seu posicionamento no lance. Mas não teve jeito. Empate no placar. E um gol na carreira de José de Assis Aragão.