O Grêmio cogita pedir a anulação do jogo contra o Atlético-MG, realizado na última quarta-feira (3), no Mineirão, pelo Campeonato Brasileiro. A afirmação foi dada pelo presidente do Tricolor gaúcho, Romildo Bozan, em entrevista à Rádio Grenal, de Porto Alegre (RS). Se pedido for atendido, o Sport pode ser atrapalhado na sua luta para permanecer na primeira divisão. Especialista, porém, não vê chances de ação prosperar.
Segundo o dirigente gremista, o clube avalia pedir à Justiça Desportiva a impugnação da derrota do clube para o Galo por 2 a 1 por considerar que houve erro de direito na não marcação de irregularidade no lance que originou o pênalti convertido por Eduardo Vargas, que garantiu o triunfo dos mineiros.
Com o resultado, o Grêmio se manteve na 19ª colocação do Brasileirão, com 26 pontos, sete abaixo do Bahia, primeiro time fora da zona de rebaixamento. O placar também foi favorável para o Sport na luta contra o rebaixamento, mantendo os tricolores a quatro pontos de distância. Desta maneira, se o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) conceder o pedido do Grêmio, o Leão pode se atrapalhar na corrida pela permanência na Série A.
Para o dirigente, a arbitragem falhou ao não impugnar o lance do pênalti, por Savarino não estar mais de um metro de distância da barreira na falta cobrada por Nacho Fernández, que acabou com o toque da bola no braço de Campaz, dentro da área.
"Não foi falta no Jair, o jogador do Grêmio não cometeu falta no jogador do Atlético, ele tropeçou no pé do jogador Grêmio. Segundo momento, tem uma regra específica que fala que a barreira é intocável e o adversário tem que ficar a um metro dela. E temos aí duas irregularidades, porque ele tocou no jogador da barreira do Grêmio e, de certa forma, o desequilibrou", disse o cartola.
Empecilhos
Apesar do desejo de pedir a anulação da partida, Bozan reconhece as dificuldades para conseguir o que almeja.
"Estamos examinando a possibilidade de impugnação da partida. Mas quando se fala de um procedimento desta natureza, por um erro de direito, aí a prova tem que ser pré-concebida, e por falta de transparência do VAR, por falta de colocar às claras tudo que se conversa lá dentro, o Grêmio não tem essa prova pré-concebida.
"Eles nos facultam ir lá ouvir, isso eles fazem. Mas tem um procedimento que a gente precisa imediatamente ver que significa um erro de direito, não um erro de interpretação, estou falando em erro de direito, que foi visto, examinado, que estava posto e não viram. Aí, temos algumas coisas: ou não tem critério, ou não avaliou, ou desconhece a regra. fico nesta dúvida por conta da ausência de informação do VAR das razões de decidir, e eu fico na dúvida do processo por inteiro", acrescentou.
Especialista não acredita em anulação
Para o advogado Vinicius Loureiro se o pedido do Tricolor gaúcho for levado à frente, ele irá fracassar, assim como ocorreu em outras oportunidades, quando outras equipes usaram a mesma argumentação.
“Não acho que exista possibilidade de anulação da partida. É difícil considerar esse um erro de direito, por mais que seja possível entender a lógica da equipe gremista. Já tivemos casos muito mais claros de erros de direito que não resultaram em anulação da partida. É uma posição frequente do tribunal e não imagino que mudará nesse momento”, avalia o especialista em direito desportivo e colunista do site Lei em Campo.