Náutico, Santa Cruz e Sport agradecem liberação do rádio nos estádios e pedem liberação da festa

Náutico, Santa Cruz e Sport querem que os instrumentos musicais sejam liberados nos estádios
Thiago Wagner
Publicado em 29/04/2022 às 16:59
TRADIÇÃO Radinho voltou a ser permitido pela PM nos estádios Foto: ROBERT SARMENTO/BLOG DO TORCEDOR


Por meio de nota conjunta, Náutico, Santa Cruz e Sport se uniram para agradecer a liberação do rádio de pilha nos estádios por parte da Polícia Militar de Pernambuco. A medida foi revogada nesta sexta-feira (29), após muita polêmica nessa quinta (28). O anúncio foi feito na Rádio Jornal, durante o Passando a Limpo, Geraldo Freire.

No agradecimento, os três clubes pontuaram que o rádio de pilha faz parte da cultura do torcedor e que não há relação estatística que indique o aparelho como instrumento de violência. 

O veto ao rádio de pilha ganhou repercussão maior nessa quinta-feira (28), quando vários internautas questionaram essa medida. Vale destacar, contudo, que essa medida não é nova e existe, segundo a PM, desde a Copa das Confederações. Além do rádio, uma série de outros objetos são vetados.

No mesmo texto, Náutico, Santa Cruz e Sport ainda pontuam que é necessária a liberação dos instrumentos musicais pelo mesmo motivo do rádio. Mais cedo, a PM comunicou que só iria liberar o rádio de pilha e que os outros objetos seguiam vetados.

Confira a nota de Náutico, Santa Cruz e Sport

As centenárias instituições pernambucanas abaixo identificadas agradecem a sensibilidade do Comando da Polícia Militar do Estado ao corrigir, de maneira imediata, o evidente equívoco em que se constituiu a pretensão de proibir o uso de rádios nos estádios de futebol.

A medida citada era irrazoável, desnecessária e ineficaz, por melhores que eventualmente sejam seus objetivos. Não há nenhuma evidência estatística, empírica ou técnica de que a restrição da liberdade de utilização do rádio possa, efetivamente, contribuir para a redução da violência.

O uso do rádio nos estádios é parte essencial, para muitos, da própria experiência dos espetáculos de futebol. O rádio é importante veículo de informação – e isso sim pode contribuir, muito, para a segurança dos cidadãos – e de opinião.

Mas não é só. No campo, o velho radinho de pilha é um instrumento essencial para a emoção do jogo (e, para os privados de visão, para acompanhar a partida em conexão com a energia do estádio). Sem ele, parte da magia do futebol se perde.

Também viemos aqui pedir que esta sensibilidade seja aplicada com relação aos instrumentos musicais utilizados pelas torcidas pernambucanas, tendo em vista que não representam qualquer risco à integridade de quem frequenta as arquibancadas. A festa precisa continuar dentro do estádio, garantindo que esta paixão seja passada de geração para geração.

Confira a nota da PM sobre o rádio de pilha

A PMPE observa um normativo desde 2013, com a inauguração da Arena e realização da Copa das Confederações, que restringe a entrada nos estádios de objetos que possam ser utilizados como armas ou arremessados pelos torcedores em momentos de confronto. Definir exatamente quais são esses objetos fica pela interpretação da autoridade policial.

Pernambuco voltou recentemente a permitir a entrada de torcedores nos estádios com a flexibilização das regras de enfrentamento da pandemia. Foram nominados alguns objetos para facilitar o trabalho de quem realiza o controle de acesso.

Entre esses objetos figurou o rádio de pilha. Nós estamos suspendendo esse entendimento para reavaliação e com relação aos rádios não haverá restrições. Demais objetos como hastes de bandeira e instrumentos musicais permanecem proibidos.

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