Recém-chegado, Roberto Fernandes teve pouco tempo e jogos decisivos para trabalhar com o elenco do Náutico. Um cenário que, certamente, não é considerado o ideal pela maioria dos treinadores no futebol brasileiro.
Com o time já classificado para a final do Campeonato Pernambucano, ele assumiu não só o trabalho de Felipe Conceição, como também o risco do insucesso e das cobranças imediatas em caso de não fazer do Timbu campeão.
E se o trabalho já era complicado, ficou mais ainda após a derrota no jogo de ida, em plenos Aflitos, para o Retrô, por 1 x 0. Com pouco tempo para trabalhar, Roberto Fernandes ainda tinha os jogos da Série B para se preocupar, o que o "forçou" a poupar os titulares para o duelo contra o CRB, na última quarta-feira.
Os riscos valeram a pena e o Náutico venceu tanto o CRB, como o Retrô e se sagrou campeão pernambucanos nos pênaltis.
Após a conquista do título estadual, o segundo de Roberto Fernandes, que já havia sido campeão em 2018, o treinador alvirrubro desabafou e revelou o "segredo" para o sucesso em tão pouco tempo.
"Sem demagogia, o (segredo) foi o grupo ter aceitado o trabalho. Desde que eu cheguei, tudo que eu tentei colocar em prática tentou ser feito da melhor forma possível. Agora vamos seguir para ver até onde a gente chega", falou após o apito final ainda no gramado da Arena de Pernambuco.
O treinador revelou ainda que recusou algumas propostas antes de aceitar retornar pro Náutico e se revelou muito motivado com a nova oportunidade no clube que é torcedor declarado.
"Recebi outras proposta para trabalhar, mas recusei. Entendia que não podia aceitar o trabalho de elencos que não eram competitivos, você acaba se queimando. Estava louco pra trabalhar e, no momento certo, papai do céu abriu a porta, estamos vivendo isso outra vez", concluiu.
Campeão em 2018, Roberto Fernandes encerrou, à época, um jejum de 14 anos do Náutico sem conquistar um título. Na final, o Timbu superou o Central e ficou com o título.
Desta vez, foi a vez dele encerrar um outro jejum, menos amargo, de 20 anos em que o Timbu não conseguia dois títulos em sequência. Ao bater o Retrô, o Náutico foi bicampeão pernambucano, o que não acontecia desde as conquistas em 2001 e 2002.