As autoridades russas descartaram, nesta quarta-feira (2), a adoção de novas restrições contra a covid-19, apesar de um aumento espetacular no número de casos no país. "O sistema de saúde resiste, a mortalidade não é maior do que nos períodos que tivemos nos últimos dois anos", justificou Anna Popova, chefe da agência de saúde russa, a Rospotrebnadzor.
"E, no momento, não vemos qualquer razão para restrições especiais", acrescentou, em entrevista à agência de notícias Ria Novosti.
A decisão não afeta as medidas de entrada de viajantes brasileiros no país. Conforme decisão da Federação da Rússia, os cidadãos do Brasil têm acesso liberado desde o dia 08/12/2021.
O país asiático exige que os todos os passageiros provenientes do exterior apresentem resultado negativo (em inglês ou russo) de teste para covid-19 ("PCR") feito até 48 horas da data de chegada na Rússia. Caso não tenham realizado o exame no exterior, os turistas devem submeter-se a teste para covid-19 dentro de três dias da data da entrada em território russo. Se o resultado for positivo, deverá cumprir auto isolamento de 14 dias.
Rússia enfrenta dificuldades no combate ao vírus
Desde o início da pandemia, a Rússia acumula mais de 680 mil mortes, um dos piores balanços do mundo, de acordo com o site especializado Govov, que cita estatísticas oficiais. E, com a chegada da variante ômicron, mais contagiosa, o país enfrenta um aumento exponencial no número de casos nos dias de hoje. Em 29 de janeiro, conforme dados do governo, superou-se, pela primeira vez, o nível de 100.000 novos casos diários.
Ainda assim, o governo se recusa a impor um novo confinamento drástico após a primeira onda na primavera de 2020 (outono no Brasil), para preservar uma frágil economia. Nas últimas 24 horas, foram registrados 141.883 novos casos, contra os 30.000 notificados há duas semanas. O número de mortes continua limitado, afirmam as autoridades, chegando a 678 óbitos nesta quarta, contra 1.200 no auge da pandemia.
A Rússia está mais exposta ao vírus, devido ao baixo nível de vacinação, com menos de 48% de sua população inoculada, segundo o Govov. Esta situação decorre da desconfiança dos russos em relação às autoridades.