O médico Drauzio Varella usou o perfil oficial do Twitter para responder as críticas que vem recebendo por conta da matéria que fez com a detenta trans Suzy Oliveira, no último domingo (1º), no programa Fantástico, da Rede Globo. Drauzio vem sendo criticado nas redes porque Suzy teria sido condenada por estupro e morte de menor e o crime não foi comentado. Em resposta, ele disse que nunca perguntou esse tipo de questão a seus pacientes.
"Há mais de 30 anos frequento presídios, onde trato da saúde de detentos e detentas. Em todos os lugares em que pratico medicina, seja no meu consultório ou nas penitenciárias, não pergunto sobre o que meus pacientes possam ter feito de errado", escreveu Drauzio em nota.
Esclarecimento do dr. Drauzio sobre a reportagem produzida e veiculada pelo @showdavida, no último domingo, 01 de Março. pic.twitter.com/b02JQ5tW9d
— Portal Drauzio Varella (@drauziovarella) March 8, 2020
Desde que teve a história contada no Fantástico, a detenta Suzy recebeu 234 cartas até à última sexta-feira (06). Na matéria da Globo, Varella mostrou a vida das mulheres trans nos presídios e a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) divulgou, a pedidos, o endereço para que a detenta recebesse as cartas.
Neste fim de semana, contudo, veio à tona o motivo de Suzy estar presa. Segundo informações do site Antagonista, a detenta foi condenada por estupro e morte de uma criança. O fato fez as redes sociais irem à revolta contra Drauzio, a reportagem e o Fantástico.
Segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) o Brasil é o país que mais mata travestir e transexuais em todo o mundo. De acordo com um dossiê da instituição, 124 pessoas trans foram assassinadas em 2019. O México, que está em segundo lugar no ranking global, reportou metade do número de homicídios.