Anvisa proibe uso do aplicativo zoom por falhas de segurança

Zoom é uma plataforma que vem ganhando popularidade desde o início da pandemia com seu serviço de videoconferência
JC
Publicado em 06/04/2020 às 17:24
Aplicativo Zoom na mira da justiça. Foto: AFP


Agência Brasil

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), um dos órgãos públicos na linha de frente do combate à pandemia do novo coronavírus (covid-19), proibiu o uso da ferramenta de videoconferência Zoom por falhas de segurança identificadas no aplicativo.

Zoom é uma plataforma que vem ganhando popularidade desde o início da pandemia com seu serviço de videoconferência. Ele funciona gratuitamente por um período limitado e sem prazo para quem assina um pacote.

Nos Estados Unidos, o uso das videoconferências Zoom, cada vez mais utilizadas durante a pandemia de coronavírus, está na mira da procuradora-geral do estado de Nova York, que se inquieta pelo número crescente de usuários cujas reuniões foram pirateadas.

A área de tecnologia da informação da Anvisa teria tomado contato com análises de especialistas em segurança cibernética em fóruns internacionais nas quais foram apontadas falhas graves de segurança no recurso Zoom meeting.

Essas vulnerabilidades podem ser exploradas por invasores, que conseguiriam acessar a câmera e o microfone de usuários, bem como os conteúdos das reuniões realizadas por meio deste recurso. O próprio diretor executivo da empresa responsável pela ferramenta, Eric Yuan, reconheceu as falhas, informando que a equipe está buscando adotar medidas para qualificar a estrutura de segurança do programa.

Yuan declarou que a companhia não conseguiu assegurar mecanismos adequados diante do aumento exponencial da base de usuários. Entre dezembro e abril, o número de pessoas utilizando o recurso saiu de 10 milhões para 200 milhões.

"Nós admitimos que frustramos as expectativas de privacidade nossa e da comunidade. Por isso, peço desculpas e divido que estamos fazendo algo a respeito", escreveu no blog da empresa em 1º de abril.

Entre essas falhas estava o fato de que a empresa repassava dados dos seus usuários ao Facebook, mesmo quando estes não possuíam uma conta na rede social.

Em entrevista a diversos meios de comunicação nos Estados Unidos neste fim-de-semana, o diretor executivo voltou a afirmar que a empresa está atuando para tentar resolver os problemas.

Uma das providências mencionadas por Yuan foi a interrupção do repasse de dados ao Facebook. Outros rastreadores e ferramentas de monitoramento também foram retiradas ou pararam de coletar dados, como uma relacionada à rede social Linkedin.

A política de privacidade foi atualizada no dia 29 de março. Segundo a empresa, para deixar claro que ela não vende dados a terceiros, embora esta seja apenas uma das formas de abuso na coleta e tratamento de dados de clientes.

Como se proteger?

Para se proteger da ação de criminosos da web, é necessário que o usuário sempre opte por acessar o site oficial da plataforma de videoconferência escolhida, no caso do Zoom, é o zoom.us. Evite abrir links ou arquivos recebidos através das suas redes sociais, sem que sejam de confiança. Além disso, caso você já tenha o programa instalado em seu computador, celular ou tablet, não esqueça de mantê-lo sempre atualizado, fazendo isso você pode corrigir eventuais problemas existentes na plataforma e proteger o software.

Para evitar que suas conversas privadas sejam invadidas você pode optar por deixar sempre suas reuniões agendadas, desta forma, você poderá exigir senha de acesso aos convidados. Criar uma sala de espera para os seus convidados, antes de chamá-los para a videoconferência também é uma boa forma de ficar de olho em quem está entrando em sua reunião.

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