Teich: discussões sobre isolamento têm sido ''polarizadas por interesse pessoal''

A afirmação foi em reação ao posicionamento dos conselhos de saúde de Estados e municípios que rejeitaram as medidas do isolamento social
Estadão Conteúdo
Publicado em 11/05/2020 às 18:57
"Ter divergência não é ter conflito, por isso que a saída foi confortável', disse Foto: MARCELLO CASAL JR./AGÊNCIA BRASIL


O ministro da Saúde, Nelson Teich, reagiu nesta segunda-feira (11), ao posicionamento dos conselhos de saúde de Estados e municípios, que rejeitaram neste momento a possibilidade de adotarem, como modelo, as diretrizes de isolamento social em cada localidade.

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Sem citar nomes, o ministro voltou a dizer que não se trata de dizer se é melhor flexibilizar ou isolar certa população por causa da disseminação do novo coronavírus, mas sim de trabalhar sem "interesse pessoal", mas pela coletividade.

"Mais uma vez, eu quero deixar claro que essa discussão de uma estratégia não representa você definir se vai isolar ou flexibilizar. A discussão aqui é uma metodologia sobre qual é a melhor forma de você cuidar das pessoas e proteger a sociedade", afirmou. "Quando você polariza esse tipo de discussão, isso é muito ruim porque, em vez de você sentar para uma discussão técnica, você acaba caminhando para discussões que parecem mais, às vezes, de interesse pessoal, do que coletivo.

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Como informou hoje o Estado, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems), órgãos que os representantes de Estados e municípios junto do Ministério da Saúde, rejeitaram a adoção da nova diretriz, principal promessa de Nelson Teich ao assumir a pasta para rever a estratégia de combate ao coronavírus. "Enquanto estivermos empilhando corpos, não tenho como discutir isso", disse o presidente do Conass, Alberto Beltrame.

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Nelson Teich enfatizou que, apesar de todas as preocupações atuais estarem voltadas aos casos mais graves da doença, o governo tenta encontrar uma forma de atuar mais fortemente nos casos em que os sintomas são mais recentes, para começar a fazer o tratamento o mais rápido possível. "É uma doença que você aprende todo dia. Tudo é reavaliado todo dia. "Não dá pra gente focar só no doente mais grave. Isso reduz a evolução para fase mais crítica, o que seria um grande alívio para o sistema e isso aumenta a capacidade de cuidar. É uma abordagem que vai ser feita agora", explicou.

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Sem dar detalhes, Nelson Teich também afirmou que o Brasil trabalha para que um grupo de pacientes seja integrado à fase de testes de uma vacina contra a doença. "A gente está trabalhando para fazer parte de um grupo que vai testar a primeira vacina para covid-19. O Brasil está interagindo para fazer parte do grupo que vai testar vacina", comentou.

'Comunicar melhor'

Teich reconheceu que a pasta tem muito a fazer e precisa "comunicar melhor" as ações durante a pandemia do novo coronavírus. "Nossa equipe está avaliando as melhores estratégias de como abordar o problema da doença (covid-19)", disse nesta segunda-feira (11).

Em conversa com jornalistas, ele também anunciou um reforço no trabalho da pasta em conjunto com Estados e municípios. Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, os conselhos de saúde que representam Estados e municípios rejeitaram a nova diretriz do Ministério da Saúde sobre distanciamento social.

"O nosso foco sempre é cuidar das pessoas, isso é fundamental deixar claro. A gente trabalha com total transparência. Existe um trabalho conjunto com Estados e municípios", disse.

Teich informou que novas conversas com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) devem ocorrer nos próximos dias.

Para o ministro, é preciso diagnosticar e tratar mais cedo o coronavírus no Brasil. "O mais importante é começar a tratar (a covid-19) o mais rápido possível", afirmou. "Isso (coronavírus) é uma coisa que você aprende todo dia e reavalia tudo que tem sido feito, as suas ações e propostas", disse.

Desta forma, o ministro da Saúde considera que será possível buscar formas de superar o gargalo na aquisição de respiradores, essenciais para atender os pacientes graves em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).

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