O atual ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli, anunciado na última quinta-feira (25) para o comando da pasta no lugar de Abraham Weintraub, se reuniu com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na tarde desta terça-feira (30), quando estava prevista a sua posse para o cargo. Mas, após as incongruências em seu currículo, ao invés de assumir a pasta, Decotelli deixa o ministério.
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A cerimônia de posse de Decotelli foi adiada após uma série de inconsistências que foram apontadas no currículo acadêmico do ministro, publicado na plataforma Lattes, nos últimos dias. Uma delas é a de que Decotelli teria sido professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), entre 2001 e 2018. Por meio de nota, a FGV informou que o atual ministro atuou como professor colaborador "apenas nos cursos de educação continuada, nos programas de formação de executivos".
No meio acadêmico, a prática pode ser considerada pouco transparente, uma vez que há formas de denominar a vinculação como "colaborador". A fundação ressalta ainda que o ministro "não foi pesquisador da FGV, tampouco teve pesquisa financiada pela instituição”.
Na noite da última segunda-feira (29), Bolsonaro havia informado que não iria manter Decotelli na pasta e publicou em seu Facebook que desde quando anunciou o nome do atual ministro só havia recebido mensagens de trabalho e honradez. "Todos aqueles que conviveram com ele comprovam sua capacidade para construir uma Educação inclusiva e de oportunidades para todos", completou o presidente. No entanto, a demissão foi a maneira encontrada pelo governo federal para encerrar a crise criada com as incorreções.
Agora, voltam a ser cogitados o secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, o ex-assessor do Ministério da Educação Sérgio Sant'Ana e o conselheiro do CNE (Conselho Nacional de Educação) Antonio Freitas, que é pró-reitor na FGV e cujo nome aparecia como orientador do doutorado não realizado por Decotelli, para o cargo.