PM que foi insultado por morador de condomínio de luxo diz que não quis mostrar vídeo à família

O cabo Edson foi atender uma denúncia de violência doméstica quando o acusado ameaçou agredi-lo e o humilhou
JC
Publicado em 01/06/2020 às 11:40
"Eu ganho R$ 300 mil por mês", "você é um merda de um PM que ganha R$ 1 mil". Foto: REPRODUÇÃO


O policial militar que foi humilhado por um acusado de violência doméstica, morador do condomínio de luxo Alphaville, em São Paulo, deu entrevista ao Encontro com Fátima Bernardes, na Rede Globo, nesta segunda-feira (1º). O caso aconteceu quando a equipe foi atender uma denúncia da esposa do empresario, que disse que o marido, o Ivan Storel, de 49 anos, a ofendeu e ameaçou “foder com a vida” dela.

Nessa sexta-feira (29), viralizou nas redes sociais as imagens que mostram o momento da abordagem, em que o comerciante de 39 anos ameaça agredir o agente e o xinga. “Eu ganho R$ 300 mil por mês”, “você é um merda de um PM que ganha R$ 1 mil”.

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O cabo Edson, de 34 anos, relatou que ficou surpreso com a repercussão do vídeo e disse que teve receio de mostrá-lo à família. "Infelizmente, já tinha me deparado com ocorrências semelhantes, mas não nessa proporção. Foi uma surpresa", falou. "Nem sei como esse vídeo chegou nas redes sociais, mas chegou. Repercutiu de uma forma muito estrondosa. Não quis mostrar para a minha esposa e nem para os meus filhos porque não sabia como ia ser a reação deles".

O cabo disse que recebeu tanto feedback positivo, pelo comportamento calmo, quanto negativo.

Fátima Bernardes o questionou sobre as críticas que destacam a diferença na abordagem da Polícia em um bairro de classe alta e nas comunidades mais pobres. Os internautas reclamam que o agente não fez nada contra o suspeito, que o insultava, enquanto que o tratamento na periferia teria sido diferente. O caso aconteceu quando ainda ecoa a onda de protestos contra o assassinato do negro George Floyd nos Estados Unidos, que se assemelha a outros no Brasil.

Em resposta, Edson disse que os agentes buscam atender toda população da melhor forma possível. "O pessoal que falou isso não conhece o trabalho da Polícia Militar. Infelizmente, como foi dito, nós fomos treinados mas não estamos acostumados a receber esse tipo de ocorrência", afirmou. "Somos seres humanos. Temos nossa natureza. Confesso, não foi fácil", contou.

O programa lembrou que o empresário foi conduzido à Delegacia da Mulher de Santana de Parnaíbamas não continuou preso porque a esposa decidiu não prestar queixa. A ocorrência foi registrada como desacato e resistência.

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