A CPI do Óleo, que acompanha o vazamento responsável pela maior tragédia ambiental do litoral brasileiro em 2019, entrará com requerimento de informações esta semana, pedindo esclarecimentos ao governo federal sobre o reaparecimento das manchas de material tóxico no litoral de Pernambuco e de Alagoas.
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As manchas de óleo voltaram a aparecer nas praias de Alagoas (Gameleira, próxima ao Pontal de Coruripe) e Pernambuco (Muro Alto e Cupe, vizinhas a Porto de Galinhas). As ocorrências foram registradas pelas ONGs Instituto Amigos da Natureza e Salve Maracaípe. Agora, a CPI cobra respostas da Marinha e do Ibama, órgãos federais competentes, sobre a questão.
"Até o momento, Ibama e Marinha não se pronunciaram sobre o óleo que apareceu em praias de Pernambuco e também em Alagoas. Mas, em princípio, o levantamento das ONGs aponta para o que seria o óleo do vazamento ocorrido ainda no ano passado", alerta o deputado federal João Campos (PSB-PE), relator da CPI.
Segundo ele, o material que estava visível foi recolhido, mas há óleo enterrado que pode reaparecer a cada subida e descida de maré. "Esse é um impacto ambiental que se estende por muitos anos e já deveria estar em prática uma ação coordenada em nível federal para que houvesse uma avaliação técnica e precisa sobre os danos causados, uma espécie de programa de monitoramento, inclusive, com sinal de alerta para cada caso de ressurgimento do óleo", complementa.
Por causa da pandemia, foi decretado que todas as comissões do parlamento estão com seus trabalhos suspensos temporariamente, mas isso não impede a ação parlamentar de um deputado em virtude dos acontecimentos que pedem atuações emergenciais e precisas. Além disso, com a reativação das comissões, a CPI do Óleo trabalhará pela conclusão do relatório acerca do vazamento ocorrido no segundo semestre de 2019.