'Reserva é uma possibilidade, não uma obrigação', diz general Pazuello em posse

Presença de um militar da ativa em postos do primeiro escalão do governo gera incômodo entre integrantes das Forças Armadas
Estadão Conteúdo
Publicado em 16/09/2020 às 19:56
DISCURSO General criticou o "fique em casa" e defendeu tratamento precoce para os doentes de covid Foto: REPRODUÇÃO


Após ser efetivado como ministro da Saúde, nesta quarta-feira (16), depois de quase quatro meses como interino, o general Eduardo Pazuello não quis responder se fará a passagem para a reserva remunerada. A presença de um militar da ativa em postos do primeiro escalão do governo gera incômodo entre integrantes das Forças Armadas.
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"Reserva é uma possibilidade não é uma obrigação", respondeu Pazuello ao ser questionado por jornalistas logo após a cerimônia.
Em julho, Pazuello se tornou alvo de uma crise com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que disse que o Exército estava se associando a um "genocídio", se referindo à crise sanitária.
Diante das críticas à militarização da Saúde durante a pandemia, Bolsonaro passou a ser pressionado para substituir Pazuello. Integrantes do Exército temiam pela imagem da Força e queriam que o general pedisse a transferência para a reserva caso resolvesse assumir o cargo em definitivo.
O desconforto entre integrantes das Forças Armadas com militares da ativa em postos de comando foi crucial para que o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, antecipasse sua ida para a reserva remunerada em junho deste ano. Ramos é o responsável pela articulação política do governo.
Entretanto, em meio à crise envolvendo o ministro Gilmar Mendes, o presidente Bolsonaro saiu em defesa de Pazuello nas redes sociais e elogiou a experiência do general em logística e administração. "Quis o destino que Gen. Pazuello assumisse a interinidade da Saúde em maio último. Com 5.500 servidores no Ministério, o Gen. levou consigo apenas 15 militares para a pasta. Grupo esse que já o acompanhava desde antes das Olimpíadas", escreveu. Em maio, Bolsonaro já havia sinalizado que o general poderia ficar no cargo ao dizer que ele ficaria "por muito tempo" no Ministério da Saúde.
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