A temporada de cruzeiros, aberta nos últimos meses, já tem indicadores preocupantes e que motivaram a Agência Nacional de Vigilância Sanitária a recomendar a interrupção da navegação de navios deste tipo pelo Brasil. Segundo o órgão federal, houve um crescimento exponencial de casos de covid a bordo entre passageiros e tripulantes. Em 55 dias, até o dia 25 de dezembro, foram 31 notificações. Nos últimos nove dias, foram registrados 798 casos, um aumento de 25 vezes. Cruzeiros estão suspensos no País até o dia 21 de janeiro.
O órgão regulador federal ressalta que já havia se posicionado pela inviabilidade de viagens em navios de cruzeiros. "Tal mudança repentina e brusca do contexto epidemiológico, provavelmente decorrente do surgimento da variante Ômicron, requer nova avaliação do cenário da pandemia de Covid-19, nos termos da Portaria GM/MS 2.928/2021, que dispõe que a autorização da operação de navios de cruzeiro poderá ser revista a qualquer momento em função dos desdobramentos do contexto epidemiológico dos navios de cruzeiro ou de alterações do cenário epidemiológico nacional e internacional (§ 1º do art. 15)."
Segundo a Anvisa, em reunião nesta segunda-feira (3) com representantes do Ministério da Saúde, Estados e municípios foram unânimes em apoiar a orientação da Agência. "As recomendações e ações por parte da Agência foram pautadas em critérios técnicos e sanitários, a partir das melhores evidências disponíveis e com fundamento no princípio da precaução, com a finalidade de reduzir o risco de ocorrência de agravos à saúde."
Nesta segunda-feira, os passageiros do Costa Diadema desembarcaram no porto de Santos, no litoral paulista. Outros dois navios também tiveram registros de coronavírus a bordo. O MSC Splendida atracou em Santos, enquanto o Preziosa - que também pertence à mesma empresa - desembarcou os passageiros no Rio no domingo (2).