Um adolescente indígena, de 12 anos, morreu vítima de raiva humana. O caso foi confirmado pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. A vítima era moradora de uma aldeia indígena na zona rural de Bertópolis, no Vale do Mucuri. Zelilton Maxacali morreu na UPA de Teófilo Otoni, no dia 4 deste mês.
De acordo com as autoridades, a família contou aos médicos que o menino havia sido mordido por um morcego cerca de 10 dias antes, mas continuou recebendo "tratamento" apenas com os rituais indígenas, até que o caso se agravou e foi encaminhado para o atendimento médico hospitalar.
Antes desta confirmação, o último caso de morte por raiva humana em Minas Gerais havia sido registrado em 2012, na cidade de Rio Casca. No entanto, um segundo caso suspeito está em investigação. A situação envole uma adolescente da mesma aldeia, também de 12 anos, segue internada em hospital de Belo Horizonte. Os médicos, porém, afirmam que o quadro se saúde dela é estável, com evolução positiva. Foi coletada amostra para exame laboratorial e aguarda-se o resultado.
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A raiva é uma doença infecciosa viral aguda, que acomete os mamíferos, inclusive o homem, e caracteriza-se como uma encefalite progressiva e aguda com letalidade de aproximadamente 100%. No Brasil no período de 2010 a 2020, foram registrados 38 casos de raiva humana, sendo que em 2014, não houve caso. Desses casos, nove tiveram o cão como animal agressor, vinte por morcegos, quatro por primatas não humanos, quatro por felinos e em um deles não foi possível identificar o animal agressor.
Com a alta letalidade da doença, em 2008, um caso de raiva humano ganhou repercussão internacional. Na época, o jovem Marciano Menezes da Silva, então com 16 anos, se tornou o primeiro brasileiro, e a terceira pessoa no mundo, a se curar da doença.