A jornalista Bárbara Coelho relatou ter sido vítima do golpe de dopagem dentro de um transporte de aplicativo. A apresentadora de esportes da TV Globo contou nesta sexta-feira (12), no programa Encontro, sobre o momento em que passou mal dentro do veículo.
"Preciso alertar outras mulheres que fazem o uso do aplicativo para se locomover", justificou Bárbara.
Segundo a jornalista, ela havia solicitado o serviço de aplicativo para ir de sua casa até uma consulta médica num trajeto que seria próximo.
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Distraída, Bárbara sentiu um forte cheiro dentro do veículo e ficou tonta. Na mesma hora, teria mandado uma mensagem e sua localização para uma amiga, mas começou a passar muito mal.
"Quando entrei no carro não senti nada, vi que o carro estava com aspecto ruim. Entrei distraída, mas em menos de dois minutos, senti um cheiro forte, no que senti, mandei uma mensagem para minha amiga: 'tem algo estranho acontecendo no meu carro de aplicativo, toma minha localização', um pouco tempo depois, comecei a passar mal."
"Comecei a perder os sentidos, falta de ar e com dificuldade de falar. Mandei um áudio para o meu marido: 'me espera na porta que estou chegando', um áudio fake. Ele [motorista] me olhou feio pelo retrovisor, assustado com os olhos arregalados me encarando", continua Bárbara.
A jornalista solicitou que o motorista parasse o veículo antes do destino final para que ela pudesse sair. "Pedi para parar no primeiro condomínio e ele falou que minha corrida não tinha acabado. Fui ficando com falta de ar, estava preparada para sair do carro em movimento, mas ele parou e tinha uma banca próximo, pedi ajuda e caí no choro."
Bárbara Coelho disse que não prestou um Boletim de Ocorrência sobre o caso, reportando a situação apenas para a empresa responsável pelo serviço de aplicativo. "A empresa disse que eles estão fazendo uma investigação interna e o motorista foi afastado", concluiu Bárbara.
- Em Pernambuco, vítimas relatam passar por tentativa de GOLPE de dopagem no aplicativo UBER. Veja relatos
Leia o posicionamento da Uber
Com relação ao que vem sendo chamado de "golpe do cheiro", as únicas denúncias dessa natureza relativas a viagens no aplicativo da Uber que já tiveram a investigação concluída pela Polícia Civil, até onde temos conhecimento, ocorreram em Canoas (RS), no Rio de Janeiro e em Florianópolis.
Nos três casos as autoridades pediram o arquivamento após o inquérito policial, já que, de acordo com as investigações, não houve elementos de prática de crime. Especificamente no caso do Rio de Janeiro, o laudo pericial do líquido borrifado no veículo atestou se tratar de álcool 70% - e não foram encontradas outras substâncias de natureza tóxica, perigosa ou nociva.
Além disso, uma decisão judicial em Santos (SP) condenou usuárias a pagarem indenização por danos morais ao motorista após ficar comprovado que a substância em questão era álcool com essência de canela para higienização das mãos.
Nas demais denúncias mencionadas até o momento, muitas das quais surgem nas mídias sociais e são reverberadas pela imprensa sem se checar o que apurou a investigação conduzida pelas autoridades policiais, não temos conhecimento de nenhum inquérito que tenha sido concluído identificando elementos que comprovem o uso de quaisquer substâncias com o propósito de dopagem ou com o indiciamento do suposto motorista agressor.
De qualquer forma, a Uber trata todas as denúncias com a máxima seriedade e avalia cada caso individualmente para tomar as medidas cabíveis, sempre se colocando à disposição das autoridades competentes para colaborar, nos termos da lei.