Espécies ameaçadas dão cria em zoológico

Quatro animais, dois deles em risco de extinção, estão com novos filhotes. A eclosão de 4 ovos da ararajuba, ave de penas verdes e amarelas, foi muito comemorada
Do JC Online
Publicado em 09/08/2012 às 22:32
Foto: Foto: Bobby Fabisak / JC Imagem


O boom reprodutivo, associado à mudança de estação, voltou a ocorrer no zoológico do Recife, em Dois Irmãos, na Zona Norte. Quatro animais, dois deles de espécies em risco de extinção, estão com filhotes. Os novos moradores do lugar, onde vivem 670 bichos de 127 espécies, são cria das aves ararajuba e marianita e dos mamíferos tamanduá-bandeira e veado-catingueiro.

O nascimento mais comemorado pelos técnicos do zoo foi o da ararajuba. Ave-símbolo nacional, a arara de penas verdes e amarelas teve registrada a eclosão de quatro ovos. “É o que chamamos de nascimento múltiplo, que ocorre quando mais de uma fêmea reproduz”, justifica o biólogo Leonardo César de Oliveira Melo, responsável pela ambientação dos viveiros do Parque Dois Irmãos.

O das ararajubas, logo na entrada do lugar, abriga três fêmeas e um macho. Caixas de madeira instaladas no fundo, longe do público, abrigam os filhotes. A espécie, na lista dos animais ameaçados, é cientificamente chamada Guarouba guarouba e deu cria pela primeira vez no zoo do Recife em 2010.

Foto: Bobby Fabisak / JC Imagem
A eclosão de 4 ovos da ararajuba, ave de penas verdes e amarelas, foi muito comemorada - Foto: Bobby Fabisak / JC Imagem
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A eclosão de 4 ovos da ararajuba, ave de penas verdes e amarelas, foi muito comemorada - Foto: Bobby Fabisak / JC Imagem
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Veado-catingueiro é um dos novos moradores do zoológico do Recife - Foto: Bobby Fabisak / JC Imagem
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Fêmea de tamanduá-bandeira passou a se locomover pelo recinto com o filhote agarrados aos pelos - Foto: Bobby Fabisak / JC Imagem
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Fêmea de tamanduá-bandeira passou a se locomover pelo recinto com o filhote agarrados aos pelos - Foto: Bobby Fabisak / JC Imagem

 

Leonardo explica que a virada do período seco para o chuvoso, quando as plantas costumam frutificar, funciona como um gatilho reprodutivo. “Mesmo em cativeiro, recebendo alimento oferecido pelos humanas, os bichos silvestres sentem essa alteração”. Mas esse gatilho, segundo o biólogo, só funciona se as condições forem favoráveis. “É preciso alimentação e ambientação adequadas”, justifica. O boom inclui três filhotes de marianitas e um de veado-catingueiro.

Também em risco de extinção, a fêmea de tamanduá-bandeira passou a se locomover pelo recinto com o filhote agarrados aos pelos do dorso. Quando ele quer mamar, a mãe se deita. “É lindo”, encanta-se a comerciante Elioenai Alves, 34 anos. Em final da gestação, ela levou as três filhas pela primeira vez ao zoo. “Moramos no Cabo de Santo Agostinho e tiramos o dia de folga para ver os bichos. Achava que tinha mais animal”, diz o marido dela, Francisco Robson da Silva.

Na ausência de formigueiros, o mamífero de nome científico Myrmecophaga tridactyla se alimenta de uma papa à base de leite, pão, carne moída e suplemento vitamínico.
 
A administração do zoo, vinculado à Secretaria e Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), explica que alguns animais não estão expostos por causa da reforma do setor de aves. Três novos aviários, em fase de conclusão, devem ficar prontos até o fim deste mês.

Outra novidade é a transformação do zoo, hoje uma gerência da Semas, numa organização social. No dia 31 de julho, durante assembleia no auditório da secretaria, foi fundada a Associação Parque Dois Irmãos. Trata-se do primeiro passo para o processo de mudança de personalidade jurídica do parque.

Na avaliação dos gestores, a alteração trará maior autonomia e flexibilidade para captar recursos e contratar pessoal para o parque, criado há 73 anos.

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