Catador de lixo pode ser acionado pelo smartphone

Essa é uma das novidades do Projeto Relix, lançado nesta terça-feira para estimular a população a separar lixo reciclável
Claudia Parente
Publicado em 17/09/2014 às 8:04
Essa é uma das novidades do Projeto Relix, lançado nesta terça-feira para estimular a população a separar lixo reciclável Foto: Diego Nigro/JC Imagem


Quem ainda não aderiu à coleta seletiva de lixo por não ter um lugar perto de casa onde descartar os resíduos corretamente nem tem imóvel cadastrado em serviço de recolhimento municipal, não terá mais desculpas. Da mesma forma que se chama um táxi por um aplicativo no smartphone, agora será possível acionar o catador mais próximo, que irá buscar os resíduos em domicílio. Essa é uma das novidades do Projeto Relix, lançado ontem pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Semas) e Sesi, no Ginásio Pernambucano.

O aplicativo já está disponível, gratuitamente, no site wwww.projetorelix.com.br e oferece duas opções ao usuário: ele pode solicitar a coleta em domicílio ou localizar os pontos mais próximos de sua casa, se preferir deixar lá. Serão recolhidos papel, vidro, plástico e metal. 

Segundo o secretário estadual de Meio Ambiente, Carlos André Cavalcanti, além de estimular a separação e reciclagem de resíduos, o Projeto Relix pretende reforçar a renda dos catadores. “A partir de novembro, eles vão receber bicicletas equipadas com gradis (as ciclolix) para transportar os resíduos já separados”, informa o secretário, adiantando que o Relix conta com a parceria de 40 cooperativas da categoria. 

Uma pesquisa do Instituto Tecnológico de Pernambuco (Itep) mostrou que 25,7% do lixo produzido em Pernambuco é reciclável, mas somente 2% segue este destino. “O poder público e a indústria ainda têm muito trabalho a fazer, principalmente na execução da logística reversa, que responsabiliza os produtores pela destinação do lixo”, admite o secretário. “Precisamos repensar o modelo de produção para alcançar a meta do lixo zero.”

Como o projeto apela ao teatro e à música para conquistar consciências, o carro-chefe é um espetáculo teatral de 45 minutos que mostra os efeitos danosos dos resíduos descartados de forma inadequada no meio ambiente e aponta a conduta correta a ser adotada. “Esse é o nosso diferencial, pois acreditamos que a arte é um meio de transformação”, diz Lina Rosa, uma das idealizadoras do projeto. 

O enredo, que mostra personagens construídos a partir dos “erres” da sustentabilidade, foi aprovado pelos estudantes do Ginásio Pernambucano. “A gente está precisando ouvir essas coisas para refletir”, diz a estudante Mackyleny Gomes, 16 anos. “Agora vou prestar mais atenção no meu comportamento.” Depois do espetáculo, os alunos receberam uma cartilha educativa. Até o dia 3 de novembro, a peça será encenada em 75 escolas e 75 indústrias do Grande Recife.

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