O antigo píer da Avenida Martins de Barros, em frente à Praça 17, no Centro do Recife, onde já funcionou uma subestação de ônibus elétrico e uma unidade da Compesa, será transformado no mais novo econúcleo da cidade, destinado a atividades de educação ambiental, apresentações culturais e contemplação do Rio Capibaribe. As obras começaram nesta segunda-feira (6) e devem ser concluídas em seis meses. Nos últimos anos, o espaço vinha sendo usado, precariamente, como estacionamento.
“Vamos juntar educação ambiental, controle das águas e dois postos de informações (ecológicas e turísticas) em um só lugar”, explica a secretária municipal do Meio Ambiente e Sustentabilidade (SMAS), Cida Pedrosa, acrescentando que esse é o terceiro econúcleo da cidade - os outros ficam no Jardim Botânico e no Parque da Jaqueira. “Nossa intenção é implantar um em cada RPA (região político-administrativa).”
O novo equipamento vai se chamar Cais do Imperador, por se tratar de uma construção erguida em 1859 para receber o imperador Pedro II e sua família em sua única visita ao Estado. “Esse é um imóvel único no Recife. Não há nenhum outro que se projete sobre o rio”, ressalta o arquiteto da SMAS, Romero Pereira, responsável pelo projeto do econúcleo. Ele explicou que o antigo píer comportará três espaços no mesmo local com funções diferentes.
Além da praça para contemplação, no nível da calçada, haverá o espaço para apresentações, no nível mais baixo, e o local onde funcionará um café ou bar. “Será instalado numa caixa leve, de vidro, para não atrapalhar a visão do rio”, informa Romero Pereira. A secretaria vai fazer seleção pública para o ponto gastronômico. “Quem vencer o processo, terá que se responsabilizar pela manutenção e segurança do econúcleo”, adianta Cida Pedrosa.
Numa segunda etapa, a SMAS também pretende retirar o estacionamento da avenida e construir uma espécie de calçadão, deixando a via no mesmo nível do passeio público. “A ideia é reconstruir o caminho do imperador até o Palácio das Princesas, passando pela Igreja do Espírito Santo e seguindo pela Rua do Imperador”, revela Romero Pereira. Também está previsto um píer para atracação do barco-escola da Secretaria Municipal de Educação. “Estamos buscando recursos para isso”, informa Cida Pedrosa.
A primeira etapa do econúcleo vai custar R$ 632 mil. Os recursos vieram de compensação ambiental, paga pelo Colégio Boa Viagem em decorrência de um empreendimento numa área de preservação próxima ao Rio Capibaribe.