Uma tonelada e meia de lixo não reciclável e quatro quilos de resíduos reaproveitáveis foram recolhidos do mangue que fica próximo ao Shopping RioMar, na Bacia do Pina, Zona Sul do Recife. A coleta do material, uma ação para celebrar o Dia Mundial do Manguezal, na última quarta-feira (26), teve a participação de pescadores de Brasília Teimosa, catadores de uma cooperativa, 25 alunos do Centro Escola Mangue e 30 jovens do Instituto JCPM de Compromisso Social que participaram de um curso sobre mangue e sustentabilidade promovido pelo Departamento de Oceanografia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Garis da Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb) também integraram o mutirão de limpeza.
A iniciativa faz parte do projeto Jogando Limpo com o Mangue, realizada pelo quarto ano pelo Instituto JCPM e o RioMar. “Tentamos incutir nos alunos do instituto a questão da preservação e conservação dos manguezais. O mangue é um ecossistema importantíssimo, berçário de tantas espécies de fauna e flora. Quanto mais os jovens entenderem a importância de cuidar do meio ambiente e fazer o descarte correto do lixo, melhor para todos”, destaca o gerente de Desenvolvimento Socioambiental do Grupo JCPM, Sérgio Maffioletti.
A ideia é que os participantes do curso se tornem agentes de mudança e multiplicadores das informações que receberam, sobretudo nas suas famílias e nos bairros em que vivem – a maioria reside no Pina e em Brasília Teimosa. “Encontrei muito lixo, sacolas, vassoura, garrafas. O lar da gente fica poluído, é ruim pois prejudica as pessoas e a natureza”, afirma estudante Ketuly Bianca de Santana, 10 anos, aluna da Escola Municipal Engenheiro Umberto Gondim, localizada em Brasília Teimosa, e umas participantes da coleta de lixo.
"Encontro muito lixo no rio, principalmente plástico. É importante para nós, pescadores, e para o Recife, ações como essa, para limpeza do mangue. Quanto menos lixo, melhor”, comenta João Edson Gomes, da Colônia de Pescadores Z-1, do Pina. "Meio ambiente é um tema que me interessa. Aproveitei as férias da escola para participar da oficina sobre mangue e sustentabilidade. Aprendi muito”, conta Saulo Feitosa, 17 anos, morador do Pina e aluno do 1º ano do ensino médio.
O secretário-executivo de Meio Ambiente do Recife, Maurício Guerra, elogiou a ação. “Eventos como esse, articulado pela iniciativa privada e com a colaboração da comunidade, da universidade e do poder público, ajudam a despertar a consciência ecológica, um dos elementos fundamentais para preservação dos manguezais”, observou Maurício Guerra.