Colocar em prática o que é ensinado em sala de aula. É isso o que as escolas municipais do Recife têm buscado fazer através da inserção da robótica. Desde 2014, as instituições municipais de ensino têm disseminado a tecnologia como uma ferramenta produtiva para a educação. Apesar do curto período, o sucesso do Programa Robótica na Escola já é expresso através de vitórias em diversas competições da modalidade. Na fase estadual da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR), realizada anteontem, a Escola Municipal Rodolfo Aureliano conquistou a terceira colocação, atrás apenas dos colégios Apoio e Santa Emília, se classificando para a etapa nacional da competição.
De acordo com os educadores, a robótica possibilita que os estudantes desenvolvam conhecimentos matemáticos, físicos e de raciocínio lógico enquanto programam as ações que os robôs devem executar. "Através do projeto os alunos foram inseridos no mundo tecnológico e desenvolveram novas competências e habilidades. Eles fazem na prática aquilo que aprendem durante as aulas e levam para a sala de aula o que aprendem com a robótica. E a participação dos alunos de escolas públicas nesta edição da OBR foi muito expressiva, foram cinco escolas municipais disputando a final em pé de igualdade com as instituições privadas", pontua Simone Rodrigues, gestora da Unidade de Tecnologia Gregório Bezerra, onde os alunos da Escola Rodolfo Aureliano estudam robótica.
"Apesar da dificuldade, os alunos que formam a equipe Lego Kombat aprenderam muito rápido. Eles tiveram uma excelente na competição da First Lego League, em 2014, e eu já esperava que eles conquistassem essa medalha na OBR", contou Víctor Sabino, estudante de Engenharia Mecânica da UFPE, que auxilia os alunos durante as aulas de robótica. Aos 13 anos a aluna Maryllia Rocha já passou por duas experiências de competições. "Esta sendo maravilhoso tudo pelo que estamos passando, foi muita emoção ficar entre as três melhores equipes de Pernambuco, nós não imaginávamos, mas ainda queremos mais", diz a adolescente, que se classificou junto com os colegas Emerson Almeida, 14, Gabriel Loureiro, 14, e Lucas José, 16, todos alunos do 9° ano.
Mas o aprendizado da robótica vai além do conhecimento técnico. As competições são uma forma de proporcionar aos estudantes o compartilhamento de saberes através da troca de experiências, estimulando o trabalho em equipe, a resolução de problemáticas e a busca pelo aprimoramento. "Os alunos também cresceram como pessoas, amadureceram. Eles precisam ter disciplina e saber respeitar os outros competidores para competir. São valores que também são fundamentais para o desenvolvimento deles no geral", conclui Simone Rodrigues.
A etapa nacional da OBR, próximo desafio dos estudantes da Escola Rodolfo Aureliano, acontece em Uberlândia, no Estado de Minas Gerais, entre os dias 29 de outubro e 1º de novembro.