O local – a Igrejinha de Piedade – e o relato de testemunhas de que foram tragados com força para o fundo do mar são o elo entre a morte de frei Serafim de Oliveira, em 1947, e a de Ibson Gomes Vieira, em 1980. O rapaz de 16 anos sabia nadar e estava na água com duas amigas, numa terça-feira, dia 11 de novembro, quando ocorreu o ataque.
O pai e um primo dele encontraram o corpo, no dia seguinte, com marcas de mordida de tubarão. O atestado de óbito, no entanto, indicou afogamento. Num pronunciamento feito em 12 de novembro na Câmara dos Vereadores do Recife e publicado no dia 13 no Diario de Pernambuco, o vereador Josué Pinto, já falecido, alertou para a subnotificação de casos de ataque, que persiste até hoje.
O texto dizia que Ibson não fora vítima de afogamento, "como de praxe as autoridades diagnosticam em seus boletins semanais da Secretaria de Saúde Municipal os casos de banhistas tragados pelo mar." O título era ainda mais contundente: "Josué Pinto denuncia existência de tubarão assassino em Piedade."
Uma triste lembrança da fisioterapeuta Ivana Gomes Vieira, 46 anos, que em junho de 1980 perdeu outro irmão, Ivson, num acidente de trânsito, reforça a tese de ataque. "Meu pai foi preparar o corpo de Ibson para o velório, mas voltou para casa com o par de sapatos. Ele não tinha mais pés", conta.
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