Cais José Estelita

Ativistas do Ocupe Estelita denunciam agressões da PM

Casos teriam ocorrido também após dispersão dos manifestantes. Um deles dentro de restaurante no Pina

Do JC Online
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Publicado em 17/06/2014 às 22:39
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Casos teriam ocorrido também após dispersão dos manifestantes. Um deles dentro de restaurante no Pina - FOTO: Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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Usando as redes sociais, um grupo de manifestantes do movimento Ocupe Estelita denunciaram uma série de agressões cometidas por policiais do Batalhão de Choque nesta terça-feira (17). Os ativistas relataram que os excessos foram cometidos durante o processo de reintegração de posse do terreno na área do Cais José Estelita e depois, quando os manifestantes já começavam a se dispersar. Um dos casos, segundo o grupo, ocorreu dentro do Restaurante Bargaço, no bairro do Pina, Zona Sul do Recife.

"Estávamos em um grupo de mais ou menos dez pessoas, saindo do Viaduto Capitão Temudo, seguindo em direção ao Pina. Já estávamos indo para casa. Foi quando percebemos que o ônibus do Choque havia feito o retorno e estava vindo ao nosso encontro no sentido Pina-Centro atirando com balas de borracha e jogando bombas de efeito moral. Ficamos assustados e corremos, procurando um lugar para nos esconder", contou o jornalista Rodrigo Coutinho.

Ainda segundo Coutinho, quando estava correndo, o grupo percebeu que uma das portas do Bargaço estava aberta e procurou abrigo no local. "Algumas funcionárias do restaurante esconderam as meninas em uma sala, mas os seguranças do estabelecimento chamaram os policiais, que entraram lá e bateram em todo mundo. Fizeram uma espécie de corredor polonês e nos agrediram sem sequer pedir nossos documentos ou falar porquê estavam fazendo aquilo", disse.

Rodrigo Coutinho e um amigo fotógrafo que não quis se identificar ficaram feridos e foram levados para o Hospital Boa Viagem, de onde seguiram para o Hospital Português, no Paissandu. Coutinho teve escoriações em várias partes do corpo, mas passa bem. O fotógrafo precisou levar cinco pontos na cabeça. Seu estado não é grave.

Procurado pela reportagem do JC, o Bargaço negou que qualquer agressão tenha ocorrido dentro do estabelecimento. "Vimos que estava acontecendo uma espécie de protesto na rua, mas ninguém chegou a entrar na casa. Ninguém foi agredido aqui dentro", afirmou José Assis, gerente do restaurante.

Júlio Aragão, porta-voz da Polícia Militar de Pernambuco, disse em entrevista ao Portal NE10 que desconhecia a denúncia. "Em relação à ação de reintegração realizada pela manhã foi legítima e respeitou a lei. Sobre a ação dos policiais no protesto, as pessoas que denunciam agressões por parte da PM devem procurar a Corregedoria para fazer a denúncia formal. Tudo será apurado", disse.

Representantes do grupo Direitos Urbanos orientam todos os manifestantes agredidos por policiais militares a procurar o Ministério Público para formalizar a denúncia, além de realizar exame de corpo de delito no Instituto de Medicina Legal (IML).

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