Sindicato patronal pede ilegalidade da greve no Recife

Cidade teve três paralisações de trabalho dos motoristas de ônibus em oito dias
Danilo Galindo
Publicado em 29/08/2014 às 16:30
Foto: Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem


No mesmo dia em que os motoristas e cobradores de ônibus do Grande Recife paralisaram, nesta sexta-feira, 29, pela terceira vez em oito dias, das 4 às 8 horas da manhã, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado de Pernambuco (Urbana-PE) pediu ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT-PE) para decretar a ilegalidade das paralisações. "Queremos impedir que a população, o comércio, a indústria sejam prejudicados por um movimento que não está acatando a decisão da Justiça", explicou o presidente da Urbana, Fernando Pimentel. A ação, com pedido de liminar, deve ser apreciada ainda nesta sexta-feira.

Se o movimento for considerado ilegal, o governo de Pernambuco, que se mantinha equidistante, apenas acompanhando as negociações entre patrões e empregados, vai passar a intervir para evitar "uma situação de desordem" em caso de novas paralisações, de acordo com o secretário estadual de Cidades, Evandro Avelar. "A população não pode ficar submetida a essa situação, acordando todo dia sem saber se vai ter ônibus nas ruas", afirmou ele. "No começo (da mobilização) os trabalhadores tinham justificativa, mas agora não se justifica mais descumprir a lei". 

A paralisação desta sexta visou a pressionar o Tribunal Superior do Trabalho (TST) a conceder 75% de reajuste no vale alimentação da categoria, como definiu o Tribunal Regional do Trabalho (TRT-PE), em julgamento de dissídio coletivo, no dia 30 de julho. O tribunal também havia determinado aumento salarial de 10%. A classe patronal, que havia oferecido 6% de aumento linear - salários e benefícios -, recorreu ao TST que primeiramente suspendeu o reajuste determinado pelo TRT-PE, mas depois reconsiderou e manteve os 10%. Os novos pisos salariais - R$ 1.765,50 para motoristas, R$ 1.141,69 para fiscais e R$ 812,13 para cobradores - serão pagos, no dia cinco de setembro, com efeito retroativo, de acordo com a Urbana-PE.

 

Indignação

Os trabalhadores estão indignados, de acordo com o secretário-geral do sindicato dos rodoviários, Josival Costa, com a manutenção, pelo TST, do aumento de 6% no vale alimentação - que passa de R$ 171,00 para R$ 180,00 - e fica valendo até o julgamento do dissídio coletivo no TST, ainda sem data definida. Com o reajuste determinado anteriormente pelo TRT-PE, o valor subiria para R$ 300,00.

Sem temor quanto à ilegalidade das paralisações, Costa retruca que a categoria está apenas fazendo protestos. "Não é greve (proibida depois de dissídio coletivo), é protesto", afirmou ele ao informar que a categoria pretende aguardar o pagamento salarial de cinco de setembro sem novas mobilizações. No dia seguinte ao pagamento, os trabalhadores decidirão, em assembleia se irão fazer novas paralisações visando à conquista dos 75% do vale alimentação.

A paralisação desta manhã ocorreu sem incidentes, embora tenha novamente provocado transtornos para os dois milhões de usuários do transporte público do Grande Recife, que conta com três mil ônibus servindo a 394 linhas. Os veículos voltaram a circular normalmente no final da manhã.

Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
Sem ônibus, muita gente caminhou pelo complexo Joana Bezerra - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Terminal de Xambá fechado na manhã desta sexta, durante paralisação de motoristas e cobradores - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Mototaxistas aproveitam para lucrar com a paralisação dos ônibus - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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População aguarda terminal Integrado de Xambá abrir para pegar coletivo - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
Foto: Diandra Clemente/Voz do Leitor
População aguarda coletivo no Terminal Integrado Joana Bezerra - Foto: Diandra Clemente/Voz do Leitor
Foto: Diandra Clemente/Voz do Leitor
População aguarda coletivo no Terminal Integrado Joana Bezerra - Foto: Diandra Clemente/Voz do Leitor
Foto: Diandra Clemente/Voz do Leitor
População aguarda coletivo no Terminal Integrado Joana Bezerra - Foto: Diandra Clemente/Voz do Leitor
Foto: Edmar Melo/JC Imagem
Na Agamenon Magalhães. parada de ônibus vazia na manhã desta sexta - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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Duas mulheres aguardam por ônibus que não vinham - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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Quando chegaram, ônibus ficaram logo lotados no Terminal da Joana Bezerra - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Quando chegaram, ônibus ficaram logo lotados no Terminal da Joana Bezerra - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Quando chegaram, ônibus ficaram logo lotados no Terminal da Joana Bezerra - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Quando chegaram, ônibus ficaram logo lotados no Terminal da Joana Bezerra - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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População aguarda coletivo no Terminal Integrado Joana Bezerra - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Sem ônibus, algumas pessoas recorreram a táxis - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Sem ônibus, mas com muitos carros e engarrafamento no Grande Recife - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Ônibus greve paralisação ilegalidade
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