CDU aprova preservação de casas modernistas da Avenida Rosa e Silva

O conselho, no entanto, negou proteção para um imóvel do século 19, na mesma avenida, onde funciona a Padaria Capela
Da Editoria Cidades
Publicado em 13/12/2014 às 7:07
O conselho, no entanto, negou proteção para um imóvel do século 19, na mesma avenida, onde funciona a Padaria Capela Foto: Foto: Ricardo B. Labastier/JC Imagem


Com 15 votos favoráveis, um contrário e uma abstenção, o Conselho de Desenvolvimento Urbano (CDU) aprovou a classificação de duas casas modernistas da Avenida Conselheiro Rosa e Silva, na Zona Norte do Recife, como Imóveis Especiais de Preservação (IEPs). Na mesma reunião, sexta-feira (12) pela manhã, os conselheiros negaram a inclusão do prédio onde, desde 1969 funciona a Padaria Capela, ao lado das duas casas, na lista de IEPs da cidade.

Dos 17 integrantes do CDU que participaram da reunião, na sede da prefeitura, 11 discordaram da proteção municipal para o prédio da padaria. Seis conselheiros aprovaram o pedido. Por lei, os IEPs são edificações isoladas, de arquitetura significativa para o patrimônio histórico, artístico e cultural, que a cidade tem interesse em preservar.

Antes da votação, a Diretoria de Preservação do Patrimônio Cultural do Recife (DPPC), apresentou um estudo para justificar a preservação do prédio da padaria, o número 651 da Rosa e Silva, nas Graças. De acordo com a DPPC, o sobrado de dois andares, na esquina da Rua Amélia, é o mais antigo da avenida, inicialmente chamada Estrada dos Aflitos.

A edificação tem estilo arquitetônico colonial e conserva nas fachadas elementos construtivos característicos da primeira metade do século 19, conforme levantamento da DPPC. “É um prédio de valor histórico e diferenciado na avenida desde a época da construção”, afirma Larissa Menezes, técnica da diretoria.

“Consultamos a Fundaj sobre os imóveis históricos da Rosa e Silva. Em 1985, havia 48. Nos últimos 30 anos, 24 desapareceram, elevando a perda de qualidade urbana no bairro”, destaca Larissa. A Comissão de Controle Urbanístico (CCU), órgão consultivo da Secretaria de Planejamento do Recife, havia negado a classificação do prédio como IEP.

Antônio Carrilho, representante do Sindicato da Indústria da Construção Civil no CDU e relator do processo, seguiu o voto da CCU. De acordo com João Braga, presidente do CDU e secretário de Mobilidade e Controle Urbano, a maioria dos representantes da prefeitura discorda do pedido de IEP para o prédio da padaria.

As casas modernistas transformadas em IEPs – os imóveis 625 e 639 da Rosa e Silva – eram moradias geminadas e foram construídas em 1958, com projeto do arquiteto Augusto Reynaldo (1924-1958). “São obras-primas, integrando arte e arquitetura. As casas mantêm painel de azulejo, diferentes tipos de esquadrias e a argamassa pigmentada, técnica muito usada no Recife, mas hoje só restam três exemplares”, diz Larissa Menezes.

Agora, só falta a publicação do decreto no Diário Oficial, o que deve acontecer em dois meses (fevereiro de 2015), para a lista de IEPs alcançar 160 edificações.

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