A superlotação que torna um inferno diário a vida da população usuária dos terminais de integração da Região Metropolitana do Recife poderia ser minimizada caso fosse adotada a integração temporal no sistema de transporte público. O conceito é simples: em vez de ter que recorrer a um terminal, o passageiro tem a opção de, por duas horas, andar livremente em linhas específicas, que ele pode apanhar fora do Sistema Estrutural Integrado (SEI).
A integração é feita apenas em trechos do Corredor Leste-Oeste do BRT (ônibus de trânsito rápido). No bairro do Derby, área central da cidade, pode-se saltar da estação do BRT e, na Avenida Agamenon Magalhães, pegar a linha 916 (Ouro Preto-Joana Bezerra), sem custo adicional, quantas vezes for necessário, pelo período de duas horas. Na Avenida Caxangá, bairro do Cordeiro, Zona Oeste, pode-se descer na Estação Abolição e embarcar, sem ônus, na linha Cidade Universitária (TRT), pelo mesmo período de tempo. Para isso, é necessário ter o cartão VEM.
O manobrista Cláudio Barbosa mora na Várzea e utiliza diariamente a integração temporal para se dirigir ao Centro. “Pego o BRT na Avenida Caxangá, desço no Derby e entro no Ouro Preto-Joana Bezerra. É excelente não depender da superlotação de um terminal de integração”, comemora, dentro do coletivo, onde deu entrevista.