Reforma é interrompida e praça acaba sendo saqueada

Depois de dois anos de abandono, até os tapumes foram retirados do entorno da área de lazer, no bairro de Campo Grande. Roubaram também areia, pedras e telhas
Amanda Duarte
Publicado em 10/06/2015 às 9:17
Foto: Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem


Na Praça 20 de julho, no bairro de Campo Grande, Zona Norte do Recife, o roubo acontece à luz do dia. “Passaram a noite inteira da segunda para a terça-feira carregando materiais de construção que estavam aqui”, lembra a professora Sandra Araújo, 45 anos. A praça está em reforma, mas os tapumes que protegiam a construção foram retirados e o local está tomado por pessoas com pás e carroças, que já roubaram areia, pedras e telhas. “Aqui tudo está há mais de dois anos abandonado, a construtora foi embora e nós estamos levando os materiais para reformar nossas casas”, afirma Flávio Silva, 29, morador da região.

A falta de tapumes evidencia a situação de abandono e depredação da praça. O capim já passa da altura dos bancos que deviam ser usados pela população, os entulhos da obra se aglomeram em pilhas e a sede da Academia da Cidade está pichada e com tijolos faltando. 

“Isso é uma desatenção que mostra o relaxamento da prefeitura. Não temos segurança, o único vigia que trabalhava aqui disse que não estava mais recebendo salário e sumiu há uns três meses. Pensam que isso não é de ninguém, mas todo mundo que paga imposto é dono e está sendo prejudicado”, ressalta um morador que preferiu não se identificar. 

A esteticista Suelen Pereira, 35, confirma a insegurança do local. Segundo ela, a praça também virou ponto de consumo de drogas e prostituição. “Aqui tem muito assalto, como durante a noite não tem iluminação nem policiamento, os ladrões aproveitam a praça abandonada para se esconder”, comenta.

Mesmo com os atrasos, quem mora nas redondezas ainda tem esperança de ver a obra finalizada. “Eu acho que vão refazer tudo, mas vai demorar. Eu queria uma área de lazer com brinquedos para as crianças e uma quadra de esportes para os jovens não irem para o mundo do crime. Podiam também fazer uma creche, porque muitas mães aqui não trabalham para não deixarem os filhos sozinhos”, continua Suelen. “A gente não quer muito, só uma praça boa, com iluminação e um posto policial”, finaliza a professora Sandra Araújo.

A Secretaria Estadual de Habitação, responsável pelo empreendimento na praça, informou que a obra deve ser retomada no final de julho. No local, está prevista a construção de quadra poliesportiva, espaço de lazer, corredor de exercícios, playground e Espaço Capoeira.

Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
- Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
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