Advogados de escola contestam versão da polícia sobre Beatriz

Delegado afirmou que funcionários da instituição podem estar entre os suspeitos
Do JC Online
Publicado em 31/03/2016 às 7:01
Delegado afirmou que funcionários da instituição podem estar entre os suspeitos Foto: Reprodução/Internet


Os advogados do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em Petrolina, no Sertão do Estado, vão pedir ao secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, para que interceda sobre o que eles consideram uma “conduta inadequada” do delegado seccional de Petrolina, Marceone Ferreira. Ele é responsável pela investigação do assassinato da garota Beatriz Mota, ocorrido no dia 10 de dezembro, nas dependências da escola. Na noite da última terça-feira, Marceone concedeu entrevista coletiva na qual divulgou que cinco funcionários do colégio poderiam figurar entre os suspeitos da morte da garota. “O inquérito deveria ser sigiloso. Ele terminou colocando todos os funcionários da instituição sob suspeita”, afirma Clailson Ribeiro, advogado do colégio.

Segundo Ribeiro, a informação caiu como uma bomba sobre a unidade de ensino. “Que pai não se preocuparia e não pensaria que os filhos estão na companhia de possíveis assassinos?”, pergunta. Na manhã de ontem, um grupo de pais realizou um protesto em frente à escola. Levaram faixas pedindo justiça por Beatriz e com a pergunta “será que nossas escolas estão seguras?”.

O advogado ainda questiona a eficácia prática da divulgação dos possíveis suspeitos. “Se é uma coisa tão concreta, por que ele não pediu as prisões dessas pessoas?”. Ainda de acordo com Ribeiro, o Colégio Nossa Senhora Auxiliadora não tem qualquer suspeito trabalhando na instituição.

No entanto, informações de pais de alunos da escola, que preferiram não se identificar, dão conta de que um segurança, um assistente de disciplina, um assistente de piscina, um guarda patrimonial e um funcionário de limpeza seriam os possíveis suspeitos e que ainda estariam exercendo suas funções na unidade. “A direção tenta passar um clima de tranquilidade, mas está todo mundo com muito medo”, comenta um pai de aluno. 

Uma das versões que circulam em Petrolina é de que a própria escola seria o alvo do crime premeditado, numa tentativa dos assassinos de manchar sua reputação. 

O delegado Marceone Ferreira alega que a única pessoa que pode definir o que é sigiloso dentro de uma investigação é o próprio policial responsável. “É um direito dos advogados fazerem o ofício ao secretário”, afirma. A assessoria de comunicação da Polícia Civil confirmou que não há qualquer irregularidade na conduta do delegado. “Ele apenas relatou que funcionários da escola caíram em contradição nos depoimentos e que eles ainda têm muito o que explicar. Não houve qualquer juízo de valor”, relata a assessoria.

Beatriz Angélia Mota foi assassinada com 42 facadas enquanto participava da festa de formatura do segundo grau da irmã mais velha. A garota estava com os pais, na arquibancada do colégio, quando pediu para beber água. Trinta minutos depois, os pais sentiram sua falta e começaram a procurar pela unidade. O local estava lotado, com cerca de três mil pessoas. A polícia descobriu que ela não foi morta no depósito em que foi encontrada, mas em outro lugar – ainda não sabido [TEXTO]– da instituição.

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