O três policiais militares acusados de dois homicídios e 12 tentativas de homicídio durante o Carnaval de 2006, no bairro dos Coelhos, Centro do Recife, foram inocentados pela Justiça nesta terça-feira (12). No Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, na Ilha Joana Bezerra, nesta terça, seis muheres e um homem decidiram pela não condenação dos reús Edvaldo Coelho Pereira Magalhães, Thiago Jackson Araújo e Weldes Felipe de Barros Silva. O primeiro julgamento do caso aconteceu em 20 de maio de 2015 e a Justiça condenou os policiais Aldenes Carneiro da Silva, José Marcondi Evangelista e Ulisses Francisco da Silva a 96 anos de prisão, cada. Na mesma ocasião, o policial Irandi Antônio da Silva foi absolvido. Em 14 de julho de 2015, o tenente Sebastião Antônio Felix, acusado de comandar o grupo de policiais militares, foi condenado a 150 anos e seis meses de prisão. Todos recorreram da sentença e respondem ao processo em liberdade.
Segundo as duas testemunhas ouvidas no julgamento, os três policiais julgados não participaram da tortura e permaneceram dentro da viatura durante todo o tempo. As outras cinco testemunhas que deveriam ter sido ouvidas foram dispensadas pelo Minitério Público de Pernambuco e pela defesa dos réus, uma vez que elas já haviam falado nos julgamentos anteriores referentes ao caso. Os parentes dos jovens e vítimas ainda podem, segundo o Tribunal de Justiça de Pernambuco, recorrer da senteça.
De acordo com a denúncia, em 28 de fevereiro de 2006, os policiais teriam obrigado 14 adolescentes a atravessarem a nado o Rio Capibaribe, ameaçados com revólver, a partir da Ponte Joaquim Cardoso, no bairro dos Coelhos. Por não saberem nadar, os adolescentes Diogo Rosendo Pereira e Zinael José da Silva morreram afogados.