Zoo de Dois Irmãos em busca de parceiros

Unidade vai passar por reforma para dar melhores condições aos animais
JC Online
Publicado em 13/05/2016 às 7:20
Unidade vai passar por reforma para dar melhores condições aos animais Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem


O Parque Estadual de Dois Irmãos (PEDI), na Zona Oeste do Recife, onde funciona o único zoológico da capital, vai precisar de parcerias para uma reforma que visa dar melhores condições tanto aos 600 animais que vivem o local como para as cerca de 40 mil pessoas que o visitam mensalmente.

O governo do Estado deverá concluir, em 90 dias, o projeto que prevê melhorias em jaulas e viveiros, além de sinalização e acessos para os visitantes, instalação de câmeras de monitoramento e adequação dos gradis. A ideia é fazer com que empresas privadas adotem locais específicos do zoo, ficando para cada uma, por exemplo, a jaula de determinada espécie.

Segundo a administração do parque, a reforma prevê um novo conceito para os espaços que abrigam os animais, inclusive privilegiando a interação entre eles. Outra proposta é não mais agrupá-los de acordo com as espécies, como é feito atualmente – áreas para répteis, pássaros, felinos, etc – e sim segundo as áreas de origem.

Enquanto finaliza o projeto, a Secretaria de Meio Ambiente toca a reforma da parte administrativa e médica do zoológico. Está em construção um prédio de dois pavimentos onde funcionará toda a administração, além de salas de aula onde serão desenvolvidas atividades ligadas ao meio ambiente. “Também está sendo finalizada a clínica veterinária e o novo setor de quarentena para os animais”, explica o gestor do PEDI, George do Rego Barros. As obras custaram R$ 9,6 milhões – recursos estaduais provenientes de compensações ambientais pagas por empresas que se instalaram em Pernambuco – e a expectativa é de que estejam prontas em janeiro de 2017.

Ainda há muito trabalho a fazer no local. A maioria dos gradis que separam os visitantes das jaulas e viveiros está enferrujada e, em vários pontos, retorcida. Muitos dos lixeiros, que deveriam estar suspensos, ficam no chão. A sinalização ainda é precária, e várias placas estão danificadas. Os banheiros também precisam de iluminação e cuidados de limpeza.

De acordo com o promotor de Meio Ambiente do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Ricardo Coelho, existe uma Ação Civil Pública pronta para ser julgada, em que o Estado seria obrigado a dar melhores condições para os animais que vivem no zoo. “É um pleito antigo nosso. Muitas dessas espécies vivem em condições precárias. Não descartamos a interdição do local se essas melhorias não forem adotadas com urgência”, diz.

Segundo Coelho, o Estado recebeu, no ano passado, R$ 200 milhões relativos a pagamentos de compesações ambientais, mas que, devido à crise econômica, teriam sido remanejados para outros setores. No último dia 5 de maio, o promotor reuniu-se com o secretário estadual de Meio Ambiente, Sérgio Xavier, e deu um prazo de 15 dias para que o governo explique a legalidade da transferência dos recursos.

“Trata-se de uma verba que deveria ser usada para resolver os graves problemas do parque de Dois Irmãos. Segundo o governo, foi remanejada para obras correlatas, como barragens e estações de tratamento de água. Mas ainda é preciso saber se isso poderia ser feito”, conclui Coelho.

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