Você já pensou em armar uma rede na Praça do Arsenal, no Bairro do Recife, para se deitar e exercitar o ócio criativo? Passou pela sua cabeça fazer uma reunião de trabalho na praça, debaixo de uma estrutura sombreada e equipada com cadeiras? Pois vá se acostumando com as ideias. Em breve você poderá se deparar com essas soluções criativas em áreas públicas da capital pernambucana.
As duas propostas foram apresentadas nesta terça-feira (17), a título de experiência, na solenidade de inauguração do Laboratório de Objetos Urbanos Conectados (L.O.U.Co) do Porto Digital. Instalado no Portomídia (Rua do Apolo, 181, Bairro do Recife), o laboratório é um espaço colaborativo e multidisciplinar, voltado para a geração acelerada de negócios inovadores, explica o presidente do Porto Digital, Francisco Saboya.
Na segunda-feira (16), um dia antes do evento, um grupo de jovens recebeu o desafio de visitar a Praça do Arsenal e propor soluções urbanas para a área de lazer. A ideia de colocar redes compartilhadas na praça (como se faz com bicicletas e carros) partiu do arquiteto de inovação biodigital Paulo Carvalho, para estimular o uso e a interatividade no local.
“A Praça do Arsenal é um lugar para contemplação e isso não atende mais a sociedade atual, conversei com usuários e percebi que falta interatividade no lugar. Daí a proposta de colocar as redes, que podem ser destravadas com um aplicativo no celular. Promover o ócio criativo é fundamental para se desenvolver novas ideias”, declara Paulo Carvalho.
Arquiteto de estratégias biodigitais, Isac Filho é o autor da proposta de levar para o Arsenal reuniões de trabalho. “Nem todo debate precisa ser feito dentro do escritório, encontros mais leves podem acontecer em outros cantos. Pensamentos criativos em locais também criativos”, defende. Ele aponta dois motivos para a falta de usuários no logradouro.
Uma das razões é o clima quente e a outra é a vocação do bairro como lugar de trabalho, de segunda a sexta-feira. Pensando nas duas situações, ele sugere uma estrutura móvel e sombreada na praça, confeccionada com plástico reciclado e sem interferir na paisagem histórica e tombada como patrimônio nacional. Com um aplicativo, os interessados em usar o espaço saberão se o equipamento está disponível ou não.
Francisco Saboya acrescenta que o L.O.U.Co dispõe de equipamentos modernos e é destinado a jovens estudantes. “Aqui eles terão condições de apresentar protótipos com rapidez à indústria, é um laboratório de tecnologia de ponta voltado para o bem estar da cidade e do cidadão no seu cotidiano, que pode propor soluções para questões de meio ambiente, mobilidade, urbanismo e saúde, entre outros aspectos”, diz.
O projeto custou R$ 400 mil e é financiado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, com recursos da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe). Grupos multidisciplinares de estudantes interessados em apresentar projetos podem obter mais informações pelo e-mail louco@portodigital.org ou no site do Porto Digital.
Não serão admitidas propostas individuais e todas devem estar atrelados a questões urbanas e à Internet das Coisas (Iot), reforça Francisco Saboya.