Projeto Geladeira Cultural amplia incentivo à leitura no Recife

Ação que transforma geladeiras usadas em bibliotecas vai ser ampliada através de parceria entre o movimento Periferia & Cidadania e a Secretaria de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas
JC Online
Publicado em 17/06/2016 às 10:31
Ação que transforma geladeiras usadas em bibliotecas vai ser ampliada através de parceria entre o movimento Periferia & Cidadania e a Secretaria de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas Foto: Foto: Ashlley Melo/JC Imagem


O projeto Geladeira Cultural, que transforma geladeiras velhas em bibliotecas instaladas em espaços públicos, vai ser ampliado no Recife através de uma parceria firmada entre o movimento Periferia & Cidadania, que idealizou a iniciativa, e a Secretaria de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas. Seis associações e uma creche da cidade vão receber Gelatecas nesta sexta-feira (17).

O coordenador do movimento Periferia & Cidadania, Sérgio Santos, ficará à frente das oficinas de revitalização das carcaças dos eletrodomésticos para serem doadas a associações, creches, escolas, ONG's e empresas. “Muitas escolas não possuem bibliotecas, o que dificulta o acesso das crianças aos livros. E essa geladeira vem para suprir essa necessidade cultural. O fato de ser algo diferente desperta o interesse dos pequenos, que, aos poucos, vão se apaixonando pela literatura”, explica.

Inicialmente, as geladeiras culturais com os kits de livros vão ser distribuídas no Lar Fabiano de Cristo, Cores do Amanhã, Associação de Moradores de Brasília Teimosa, Sociedade Assistencial Princesa Isabel (Soapi), Missionários da Luz e o Ensino Social Profissionalizante (Espro) e também em uma creche no prédio da Prefeitura do Recife.

Para o secretário de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas, Fernando Dourado, o incentivo à leitura pode transformar a vida das pessoas. “Esperamos espalhar a Geladeira Cultural pelas comunidades da capital pernambucana para tirar as crianças das ruas e dar a elas uma oportunidade através da cultura”, afirma.

Três anos após a criação do projeto 32 Gelatecas já haviam sido doadas pelo Recife e Região Metropolitana. “No começo eu arcava com todos os custos. Apesar de receber várias doações, era muito gasto para mim. Mas acredito que agora o projeto só tende a crescer e se multiplicar”, diz Sérgio Santos.

OLINDA - O Centro Cultural Dinda é um dos locais que recebeu uma das geladeiras-bibliotecas em Olinda. Luiz Henrique da Silva, 14, aluno de capoeira, acredita que os livros ajudaram no aprendizado. “Quando o professor atrasa, a gente pega um gibi para ler. Acho muito bom, porque tenho dificuldades para ler. Na minha escola, não tenho biblioteca”. O mestre Arquimedes mantém o espaço no quintal da casa desde 2010 e atende a 25 crianças. Ele reconhece a importância do equipamento. “Quando chegou, foi uma febre. A meninada pega pra ler e adora. Eles não têm outro acesso à leitura. Procuro incentivar”, comenta.

 

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