Parque Dona Lindu, em Boa Viagem, está abandonado à própria sorte

Apesar de novo, o complexo de lazer, localizado na beira-mar da área nobre da cidade, acumula problemas.
AMANDA RAINHERI
Publicado em 23/07/2016 às 7:30
Apesar de novo, o complexo de lazer, localizado na beira-mar da área nobre da cidade, acumula problemas. Foto: Foto: Fernando da Hora/ JC Imagem


Quando, em 2008, Oscar Niemeyer foi escolhido pelo então prefeito do Recife, João Paulo, como idealizador do Parque Dona Lindu, uma condição foi imposta pelo arquiteto para a assinatura do projeto: a de que o parque nunca ficasse abandonado. Se o ilustre arquiteto brasileiro pudesse ver sua obra cinco anos após sua inauguração, em 2011, ficaria decepcionado.

Apesar de novo, o complexo de lazer, na beira-mar de Boa Viagem, Zona Sul da capital, acumula problemas. O JC esteve no local em fevereiro e, durante esse período de cinco meses, nada mudou. 

Não é preciso percorrer todo o espaço de 33 mil metros quadrados para notar a falta de manutenção. Na entrada próxima ao estacionamento, não é possível ler nem mesmo o nome Dona Lindu, pois faltam letras na placa de identificação. Dos seis balanços de uma das pracinhas, apenas dois funcionam. Pichações, tinta descascada e banheiros em condições ruins são algumas das reclamações de quem utiliza o equipamento. A grade da quadra poliesportiva está cheia de buracos. Uma rede foi colocada para resolver o problema, mas até mesmo ela já está danificada. 

Os equipamentos culturais também sofrem com a falta de manutenção. Em novembro de 2015, o ar-condicionado da Galeria Janete Costa quebrou e, desde então, não foi consertado. O Teatro Luiz Mendonça também precisa de reparos no sistema de arrefecimento. Em fevereiro, a Secretaria Municipal de Cultura informou que o serviço seria feito nos meses de março e abril, mas os problemas persistem.

Segundo funcionários, o número de visitas à galeria diminuiu por causa do calor. “A falta do ar-condicionado não inviabilizou as visitas, mas afetou a permanência das pessoas aqui dentro. Já perdemos exposições e algumas escolas deixaram de vir pra cá”, conta Vanessa Marinho, coordenadora da Janete Costa. 

Se o estado de conservação preocupa, a falta de segurança assusta a população. Apenas dois guardas municipais ficam em um posto na entrada do parque. Dentro, nenhuma fiscalização. Enquanto a ambulante Erika Soares, 29, conversava com a reportagem, foi abordada por um rapaz pedindo dinheiro. “Não me sinto segura. Esse homem poderia ter levado minhas coisas e ninguém teria feito nada, porque não tem policiamento.” 

A Guarda Municipal do Recife informou que possui efetivo de quatro profissionais por turno no local, 24 horas por dia. Três câmeras de videomonitoramento também auxiliariam o trabalho.

A Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb) afirmou que a recuperação dos brinquedos e dos equipamentos do Dona Lindu já está programada e será concluída até outubro.

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