Duplicação da Ponte do Janga ainda sob impasse

Questões ambientais serão discutidas hoje entre as Prefeituras de Olinda e Paulista
JC Online
Publicado em 04/10/2016 às 8:20
Questões ambientais serão discutidas hoje entre as Prefeituras de Olinda e Paulista Foto: André Nery/JC Imagem


Pode sair hoje a solução para o impasse que, desde a última quinta-feira, paralisou parte das obras de duplicação da PE-01, no município de Paulista, no Grande Recife. Representantes das Prefeituras de Paulista e de Olinda, além de grupos de moradores, terão um encontro, às 9h, na sede da Secretaria de Meio Ambiente da Cidade Patrimônio da Humanidade, para definir como será a ligação entre a duplicação da Ponte do Janga (que marca o começo da PE-01, também conhecida como Avenida Cláudio Gueiros Leite) e a Avenida Ministro Marcos Freire, na orla olindense. Na pauta, como a conexão será feita com o mínimo de danos ao manguezal do Rio Paratibe, que divide as duas cidades.

Desde janeiro, a obra de 4 quilômetros de duplicação da PE-01 está sendo tocada pela Prefeitura de Paulista, com recursos do governo do Estado, ma ordem de R$ 16 milhões, inclusive em um pequeno trecho do bairro de Rio Doce, em Olinda. O ponto mais sensível é a duplicação da ponte entre os dois municípios. O grupo Comitê Gestor da Orla, formado por moradores de Olinda, entendeu que os serviços foram responsáveis pelo desmatamento de 700 metros quadrados de mangue na cidade e solicitou o embargo da obra. Além disso, os integrantes pediram voz na hora de decidir como será feita a ligação entre a recém-revitalizada Avenida Marcos Freire e a nova PE-01. A Prefeitura de Olinda, então, solicitou à administração de Paulista que parasse as obras do lado olindense até que houvesse a conversa com a com a comunidade.

DESMATAMENTO

“A Prefeitura de Paulista invadiu o lado de Olinda e desmatou uma Área de Preservação Permanente (APP). E o pior é que a administração de Olinda não estava sabendo do fato, sendo comunicada por nós”, comenta o professor Alexandre Miranda, conselheiro do Comitê Gestor da Orla.

“Não há outra forma de ligar as duas cidades a não ser seguir pela Beira-Mar em direção à ponte. Mas é importante ouvir o que a população tem a dizer”, afirma o secretário de Infraestrutura de Paulista, Thiago Magalhães, sobre a reunião de hoje. As fundações da nova ponte começarão a ser colocadas na próxima segunda-feira. “A expectativa é de que terminemos todo o serviço em seis meses”, estima. Quanto ao mangue, o secretário afirma que está previsto o replantio de mil metros quadrados na área da obra.

O trecho contemplado com o projeto viário, da Ponte do Janga até a entrada do Conjunto Beira-Mar, já está duplicado e com a primeira camada de asfalto, de seis centímetros de espessura, aplicada. Ainda é preciso colocar mais cinco centímetros de pavimento em todo o percurso para que a sinalização vertical e horizontal seja, finalmente, implementada. 

A Prefeitura de Olinda, por sua vez, também espera um desfecho positivo para a questão da conexão com a ponte. “Ainda estamos estudando como obter compensação ambiental relativa ao mangue desmatado”, explica o secretário de Meio Ambiente, Hélvio Polito. A duplicação da PE-01 foi iniciada em janeiro deste ano, após a assinatura da ordem de serviço pelo governador Paulo Câmara e o prefeito de Paulista, Júnior Matuto. 

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